De acordo com a organização da Expodireto Cotrijal, o agronegócio brasileiro ainda sofre com os efeitos de estiagem, pandemia e guerra
A guerra na Ucrânia reflete em uma das maiores feiras de agronegócio da América Latina, a Expodireto Cotrijal. A feira termina hoje (11).
Os produtores rurais discutem os movimentos do mercado de grão já que a Rússia é uma das principais exportadoras dos produtos.
Nas palestras realizadas ao longo da semana, especialistas também alertam que os dois países do Leste Europeu representam, juntos, 30% da exportação mundial do trigo. Lembram, assim, que o Brasil está cada vez mais dependente do mercado em relação aos fertilizantes.
Isso acontece porque a indústria brasileira não aumentou a produção doméstica de insumos o suficiente para se tornar independente.
O fórum da soja, um dos mais importantes desta feira de agronegócios, discutiu os possíveis cenários para o setor, as mudanças climáticas e os impactos na agricultura.
De acordo com a organização da Expodireto Cotrijal, o agronegócio brasileiro ainda sofre com os efeitos de estiagem, além da pandemia e da guerra.
O alerta sobre o mercado internacional de fertilizantes vem, portanto, desde fevereiro quando começaram as sanções econômicas em Belarus. As exportações do produto estão, no entanto, suspensas para o Brasil por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento de fertilizantes. E agora com o apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, o país do leste europeu sofreu novas sanções.
O Brasil é, em suma, o quarto consumidor global de fertilizantes, 80% de todo o produto usado na produção agrícola nacional vêm de fora do país atualmente.
As sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia na Rússia e na Belarus atingem, em síntese, a produção de potássio. E a maioria dos fertilizantes é feita, portanto, a partir do potássio. A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.
Fonte: Agência Brasil/ Imagem: divulgação