Mulheres e crianças representam a maioria do tráfico de pessoas
Neste 23 de setembro, em que se marca o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) convida para a reflexão dos crimes que destroem famílias e fazem vítimas no mundo inteiro.
De acordo com o último Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mulheres e meninas continuam sendo as principais vítimas da prática (65%). A finalidade de exploração sexual, que envolve fundamentalmente vítimas femininas (92%), representa 50% dos casos.
O relatório mostra que traficantes exploram sexualmente 77% das mulheres, 14% para trabalho e 9% de outras formas. O trabalho doméstico, por exemplo, explora principalmente mulheres.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os traficantes exploram 25 milhões de pessoas anualmente e movimentam em média US$ 150 bilhões por ano. No entanto, há mais pessoas sendo vendidas hoje no mundo do que em qualquer outro momento da história humana e a maior parcela deste montante advém da exploração sexual das vítimas, cerca de 85%.
Em Mato Grosso do Sul, a Campanha Coração Azul, instituída pela Lei Estadual 6.083 de 2023, de autoria do presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), visa aumentar a conscientização da população e desenvolver ações para fortalecer a prevenção do tráfico de pessoas, identificar e apoiar vítimas e acabar com a impunidade. “É fundamental a conscientização da sociedade sobre a existência e a gravidade desse crime, que muitas vezes é invisibilizado ou naturalizado.” Justificou o presidente na propositura da lei. Contudo, a pena para esse crime no Brasil é de reclusão de quatro a oito anos e multa.
Caso você veja mulheres e crianças sendo vítimas do tráfico de pessoas, denuncie
A Defensoria Pública da União (DPU) compartilhou uma cartilha para reconhecer os sinais de alguém que possa ser vítima de tráfico humano. Como medo, tristeza e desconfiança ao falar. Geralmente, a vítima tem conhecimento limitado sobre o local em que está e não sabe dizer o endereço que mora ou local de trabalho. Deixa que terceiros falem por ela e comporta-se como se tivesse cumprindo instruções. Contudo, pode ter sinais de violência, devido à falta de acesso a cuidados médicos.
E para não ser vítima, a Cartilha ainda orienta a sempre duvidar de propostas de emprego fáceis e lucrativas. Também desconfie quando tiver que assumir dívidas para o pagamento do transporte ou que tenha que entregar seus filhos para desconhecidos. A saber, deixe sempre o telefone e localização da cidade para onde está viajando e nunca deixe de se comunicar com familiares e amigos. As denúncias contra o tráfico de pessoas, contrabando de migrantes, exploração sexual e trabalho escravo devem ser feitas por meio do Disque 100 e do Ligue 180.
Fonte: Assembleia Legislativa MS