Os dados divulgados nesta segunda-feira confirmam a solidez da posição externa do Brasil, que não deve ser alterada no futuro próximo
O Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 7,581 bilhões em março de 2022, alta de 8% ante o mesmo mês do ano passado. Sendo assim, no acumulado de janeiro a março, o IDP soma US$ 24,133 bilhões.
Após meses de atraso na publicação dos dados, por conta da greve dos servidores do Banco Central. Assim, os números da nota de Setor Externo tiveram divulgação nesta segunda-feira (25/7).
Além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP tem formação por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos a filiais de empresas multinacionais no país.
No entanto, no ano passado, os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 46,4 bilhões, alta de 23% ante o ano anterior.
Investimento direto nas contas externas
As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 2,763 bilhões em março. Assim, o valor é 46,6% melhor que os US$ 5,179 bilhões negativos registrados no mesmo mês do ano passado.
Porém, no acumulado do primeiro trimestre, o déficit da conta corrente sobe para US$ 13,100 bilhões.
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas, ou seja, remessas de juros, lucros e dividendos do país para o exterior.
Repercussão no mercado
Os dados divulgados nesta segunda-feira confirmam a solidez da posição externa do Brasil, que não deve ser alterada no futuro próximo, segundo Rodolfo Margato, economista da XP.
Em relatório, ele afirma que “o superávit comercial de mercadorias continua a ter um papel preponderante” nos resultados das contas externas. Apesar do déficit ter sido maior que esperado.
“ De fato, vale destacar a forte expansão do valor das importações em relação ao primeiro semestre de 2022. Em linha com o salto dos preços das commodities energéticas no período recente”, afirma.
Já o investimento direto estrangeiro foi maior que o projetado pelo mercado, US$ 7,581 bilhões ante US$ 6,1 bilhões.
Para a XP, “os déficits em conta corrente permanecem baixos, com boas fontes de financiamento”.
A projeção atual é de um déficit em conta corrente de US$ 20,5 bilhões em 2022, “ainda significativamente melhor” que o déficit de US$ 65 bilhões em 2019. Além disso, para o investimento estrangeiro, a expectativa é de US$ 55 bilhões ao fim do ano, levemente abaixo do resultado de 2019, de US$ 69 bilhões.
Fonte: brasil perfil