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Condomínios se adaptam ao crescimento das entregas, que começou na pandemia. Aumentou o trabalho tanto dos entregadores, quanto de quem recebe o pedido

EFEITO PANDEMIA: Condomínios se adaptam ao aumento de entregas

Não foram só os entregadores que tiveram bastante trabalho, quem recebe os pedidos nos prédios também

Antes de tudo, condomínios se adaptam ao aumento de entregas. Tudo isso, começou com a pandemia. Pois, não foram só os entregadores de comida que tiveram bastante trabalho. Na outra ponta, quem recebe os pedidos e encomendas também. Sobretudo, os funcionários dos prédios também viram o serviço aumentar. Embora, houve crescimento da demanda, mas do salário não.

Quanto ao fato da comodidade das compras pela internet chegarem em casa, isso já virou rotina. Aliás, funcionários, sindicatos e construtoras concordam com isso. Afinal, todos precisaram se adaptar.

Ademais, uma alternativa encontrada por condomínios foi criar um cômodo exclusivo para guardar as encomendas. Seja de comida ou caixas de compras. Porém, não dá pra construir uma sala para entregas da noite para o dia.

Condomínios novos já são lançados com espaço exclusivo, visando o aumento de entregas que já superam 135%

Porém, prédios novos, já estão sendo lançados com ambientes destinados às entregas ou adotaram recursos mais práticos. Alguns condomínios já têm armários na entrada do prédio para armazenar as correspondências. Onde o próprio entregador escolhe o apartamento e deposita a encomenda.

No entanto, trabalhadores dos Correios preferem entregar tudo para uma pessoa só. Enquanto empregados de outras empresas se acostumaram a distribuir as caixas no armário.

Alguns condomínios, durante a pandemia, passaram a adotar uma entrada auxiliar em seus prédios. Destinada, sobretudo ao delivery de comida. A medida surgiu após constatação de um gargalo no início da noite. Contudo, quando a fila de entregadores na portaria, atrapalha o fluxo dos moradores.

Outra tendência é o uso de drone por aplicativos de alimentação. Dessa forma, os condomínios se preparam para criar locais para o equipamento pousar.

Alguns administradores adotaram aplicativos para facilitar a comunicação com os residentes. A startup TownSq, responsável por apps de gestão de condomínios e que atende mais de 14 mil prédios no Brasil, além de EUA, Canadá e México, diz que houve um aumento, de 2020 para 2021, de 135% nas entregas. Tudo isso, representa mais de 1 milhão apenas no Brasil.

Apesar de diversos recursos, ainda é comum haver reclamações por parte dos condôminos

De olho na segurança, muitos edifícios tem dois portões na entrada. Onde o entregador recebe a orientação de ficar na clausura, um espaço entre as duas grades. E, posteriormente depositar a encomenda em um compartimento exclusivo, que não lhe dá acesso físico com o porteiro .

Mesmo com essas mudanças estruturais, os funcionários dos condomínios, de todos os portes, sentiram a demanda aumentar. O porteiro tem que tomar conta das áreas comuns. Bem como, da recepção e da guarita. E além disso, fiscalizar as entregas. Como também, ligar para o apartamento e esperar a pessoa buscar. E como se não bastasse, conferir se a pessoa é um entregador ou um bandido”, diz Paulo Ferrari, presidente do Sindifícios (Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo).

Spano, o síndico profissional, conta que em alguns dos prédios sob sua responsabilidade já havia o serviço do courier. Em outros, trabalhadores eventualmente levam as encomendas para os apartamentos.

“A gente utilizou os recursos já disponíveis para não onerar o caixa do condomínio. O máximo que fez foi adquirir um telefone em algum prédio e criar um número de WhatsApp para avisar os moradores sobre a entrega”, afirma.

Apesar desses recursos, ainda é comum haver reclamações por parte dos condôminos sobre demora ou falta de aviso da chegada da encomenda.

“Às vezes não deu tempo da portaria fazer a recepção, catalogar, passar para a sala de estoque, o courier ligar para o morador ou passar um WhatsApp. É mais uma questão de logística do que erro, na verdade”, conta o síndico.