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A depressão uma das patologias que atinge cada vez mais pessoas de todas as faixas etárias, é prioridade na pauta e legislações da ALEMS.

ALEMS: Depressão, combate á doença é pauta permanente

A depressão é caracterizada por uma síndrome com diferentes distúrbios afetivo

A depressão uma das patologias que atinge cada vez mais pessoas de todas as faixas etárias é prioridade na pauta e legislações da ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). Em vigor desde 2015, a Lei 4.711, de autoria da então deputada Antonieta Amorim, institui no Estado a Semana de Prevenção e de Combate à Depressão.

Dessa forma, estão entre os objetivos da norma estão a prevenção e o enfrentamento ao crescente número de pessoas depressivas no Estado, por meio de palestras, seminários, debates e propagandas de cunho informativo de prevenção e combate à depressão, durante a semana do dia 12 de abril.

Depressão e suicídio

A depressão é caracterizada por uma síndrome com diferentes distúrbios afetivos, que geram tristeza profunda, irritabilidade, perda de interesse generalizado, apatia, ausência da capacidade de sentir prazer, oscilações de humor e outras alterações cognitivas, psicomotoras, como perda de sono, de ânimo e de apetite, que podem levar de um vazio existencial a pensamentos autodestrutivos.

Assim,  sobre a depressão em  pauta, a ALEMS informa  o transtorno afetivo bipolar, as depressões atípicas, os episódios depressivos, a depressão sazonal, a depressão pós-parto e a depressão psicótica também compõem os quadros depressivos.

Por isso, a região centro-este está entre as que totalizam maiores taxas de suicídio, conforme dados obtidos pelo Ministério da Saúde entre 2010 e 2019. Então, também foi observada que a região está entre as maiores taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos.

As notificações de violências autoprovocadas registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) demostram que em 2019 registradas 124.709 lesões autoprovocadas no País, sendo as mulheres a grande maioria das vítimas, com 46,3% dos casos registrados concentrados na faixa etária de 20 a 39 anos. Confira, clicando aqui, o boletim epidemiológico na íntegra.

Especialistas

A psiquiatra Carolina Gomes da Silva, especializada no atendimento à crianças e adolescentes, fala sobre a percepção que podemos ter com as pessoas que convivemos e apresentam os sintomas.  “A maioria dos transtornos mentais, principalmente a depressão, percebida através de mudanças comportamentais.

Dessa forma, a pessoa deixa de ser como era e passa a ficar mais isolada, sem paciência, irritada, com um semblante mais fechado, muita tristeza ou choro sem motivo, mudanças no padrão alimentar também é comum, além de sonolência excessiva ou insônia. Quem convive com a pessoa muitas vezes consegue perceber alguns dos sinais”, relatou.

“Mas nem sempre os outros enxergam a doença, internamente o sofrimento pode ser silencioso, o quadro depressivo pode se manifestar com muita tristeza, perda de prazer e energia para fazer as atividades diárias, a pessoa começa a sentir cansaço, perde o desejo e a vontade de fazer o que antes era prazeroso. Mas, os sintomas são persistentes, duram mais do que duas semanas, é diferente da tristeza de apenas um dia”, explica a psiquiatra Carolina Gomes.

Contudo, a profissional reitera que se existe uma mudança no padrão habitual de funcionamento, em que existe um sofrimento, necessário procurar um atendimento adequado.

“Se for alguém que nós conhecemos, tentar acolher de forma empática e não minimizar os sintomas. Falar sobre os transtornos mentais abertamente e com instrução faz com que as pessoas tenham conhecimento sobre o tema e identifiquem caso tenham algum sintoma, reduzindo o estigma da doença.

ALEMS Depressão em pauta

O mais importante é na suspeita da doença procurar atendimento psiquiátrico e psicológico. Mas, a prevenção também pode ser trabalhada promovendo uma rotina saudável, qualidade de sono, alimentação, prática de exercícios físicos acesso à psicoterapia. Seria ótimo se tivéssemos mais acesso a psicoterapia individual pelo Sistema Único de Saúde [SUS], diminuiria muito a evolução dos casos mais leves para graves” detalhou.

“Falar sobre suicídio faz com quem tem esse pensamento se sinta acolhido. A Associação Brasileira de Psiquiatria realiza o Setembro Amarelo, campanha que orienta sobre como abordar o suicídio de maneira empática e reduzir o tabu sobre o tema. Então, a maioria dos casos de suicídio poderia prevenido, os dados demonstram que propor o atendimento para esse paciente é o primeiro passo, e perguntar sobre isso não induz, e sim, acolhe”, concluiu.

Jucimara Zacarias Martins, psicóloga (CRP 14/04714-7), professora doutora e coordenadora do curso de Psicologia da Unigran Capital, e vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia – 14ª Região, ressalta a importância da psicoterapia. “A prevenção pode acontecer a medida que falamos mais sobre saúde mental.

Por isso, é importante não banalizar ou negar o sofrimento.  Buscar uma ajuda profissional é acolhimento, uma avaliação do estado afetivo, com orientações necessárias para cada caso”.

A psicóloga explica que é importante entendermos a diferença de tristeza e depressão.

“Precisamos ter o cuidado para não sair patologizando a tristeza e a falta de prazer com a sua vida, pois enquanto emoções negativas elas também são muito importantes. Não estamos imunes à tristeza, precisamos saber como lidar com ela, e se ela gerar prejuízos para nosso funcionamento cotidiano, significa que precisamos de ajuda”, ressaltou.

Sobre o suicídio, Jucimara Martins lembra que precisamos olhar de prevenção. “O suicídio é um nível muito intensificado do sofrimento psicológico. Precisamos de ambientes mais protetivos, seguros e que estimulam práticas de autocuidado e de conexão social entre as pessoas e instituições”, disse.

Sendo assim, segundo ela, a família, a escola, comunidades e outros grupos podem auxiliar neste suporte. “Quanto às autoamutilações requerem uma avaliação bem cuidadosa.

São sintomas de um processo vivenciado por uma pessoa. Quais são esses processos? O que essa dor e comportamentos  comunicam? Como vamos acolher isso? A psicoterapia é um caminho de acolhimento, aceitação e muito respeito pela pessoa atendida, tornando-se indispensável para o desenvolvimento emocional e orientações”, enfatizou.

 

Fonte: alems