Exportações norte-americanas e relação entre produção e estoque no Brasil estão entre os destaques
Em Chicago, o contrato de soja para setembro de 2024 encerrou a semana passada a U$ 9,81 o bushel, subindo com o mercado. Acompanhando o ritmo, o vencimento de março de 2025 também fechou a U$ 10,30 o bushel.
No mercado físico brasileiro, os movimentos tiveram predominância de alta, impulsionados pelo dólar aumentando 2,92%, para R$ 5,64.
O que esperar do mercado da soja agora?
Exportações norte-americanas
o ano-safra norte-americano, encerrado em 31 de agosto, registrou uma queda de mais de 15% no volume total de exportações em comparação com o ano-safra anterior, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Para o ciclo de comercialização 2024/25, as vendas acumuladas de soja correspondem a 20,5% da meta projetada pelo órgão, em contraste com a média de 26,5% dos últimos cinco anos. Para alcançar a previsão do órgão, as vendas semanais precisarão atingir uma média de 740.000 toneladas.
Produção x Estoque no Brasil
De acordo com a Conab, diante de um consumo crescente e uma produção menor, o Brasil deve finalizar o ano com um dos menores estoques finais dos últimos anos. Então, a previsão é que o país exporte 92,4 milhões de toneladas e registre um consumo interno de 55,9 milhões, somando 148,3 milhões de toneladas consumidas.
Isso deixaria o Brasil com pouco mais de 3 milhões de toneladas em estoque no final do ano. Mas, esse cenário poderá trazer oportunidades para o Brasil, principalmente nos últimos meses do ano, onde poderá haver uma valorização do prêmio, caso a demanda continue aquecida.
No entanto, para que isso se concretize, será necessário um escoamento limitado dos Estados Unidos, que até o momento está previsto para colher a maior safra da história.
Análise gráfica
Na semana anterior, o contrato de novembro de soja em Chicago registrou uma alta de quase 3%, fechando em US$ 10,00 por bushel, um nível técnico fundamental para os próximos dias. Se o preço se mantiver acima desse patamar, pode ocorrer um “respiro” após semanas de forte pressão vendedora.
Os especuladores aumentaram suas posições de venda, com saldo negativo de -184,3K. A manutenção do preço acima de US$ 10,00 pode forçar a liquidação dessas posições, elevando o preço, enquanto uma queda pode retestar mínimas recentes, criando incertezas para os produtores americanos.
Regiões de atenção
Considerando uma tendência de alta, as regiões de US$ 10,15, US$ 10,30 e US$ 10,45 podem atuar como resistência e segurar o movimento de alta em direção aos US$ 10.80, que seria um patamar interessante para o preço voltar a testar.
Sendo assim, por outro lado, as regiões de queda são US$ 9,72, e US$ 9,60. Caso ocorra a perda das regiões comentadas, poderemos ver o preço a caminho de um teste da região dos US$ 9.25 (região relevante tecnicamente, onde foi negociado pela última vez em agosto de 2020).
Fonte: canalrural