O momento é de superposição de crises
Como fica a situação do fertilizante no contexto da inflação? Nos últimos anos, o crescimento da população se tornou mais rápido do que o aumento da área de produção de alimentos. Isso foi possível graças à revolução agrícola. A qual teve como base o uso de fertilizantes. Foi com o uso de insumos que a segurança alimentar e a preservação de florestas se tornaram realidade.
O momento é de superposição de crises. Pois ainda não saímos da crise sanitária do Covid-19. E, já estamos vivenciando a problemática dos fertilizantes. Devido ao conflito Rússia e Ucrânia, essas crises revelam a urgência de reorganizar nossa produção de alimentos. Mais, desnudam as dificuldades de abastecimento.
As consequências econômicas da guerra se espalharam rápida e amplamente. Sobretudo, na grande maioria dos países. Dessa forma, atinge mais duramente as pessoas mais vulneráveis. São centenas de milhões de famílias que já estavam lutando bravamente em decorrência da queda da renda, aumento dos preços da energia e dos alimentos. A guerra só piorou a situação. E ainda, ameaça agravar ainda mais as desigualdades.
Temos que repensar o modelo agrícola?
A inflação se apresenta como um perigo real. E, pela primeira vez em muitos anos. Sobretudo, para o abastecimento de fertilizantes que ameaça atualmente muitos países ao redor do mundo. Trata-se de um golpe considerável para a recuperação global. Economicamente, o crescimento está baixo e os preços estão em alta.
Diante desse cenário, a projeção futura é de um modelo agrícola dependente dos combustíveis fósseis. E além disso, muito vulnerável à globalização do mercado. Será que estamos no momento de repensar o modelo agrícola. E assim, garantir nossa capacidade de produzir alimentos saudáveis e de qualidade? Como podemos ser menos dependentes das importações de fertilizantes?
No formato que o sistema agrícola está seguindo, os produtores rurais estão buscando o aumento da produtividade. Apesar do detrimento da qualidade do alimento produzido. Ainda mais, com os preços dos insumos agrícolas subindo. Inflacionando, desse modo, o custo de produção. Que reflete nos valores encontrados nas feiras e mercados. Assim, parece inevitável a criação de novas práticas ou modelos.
O fertilizante no contexto da inflação e a incerteza da guerra
Fato é que a necessidade de nutrir as plantas para gerar a produção de alimentos não pode parar. Por isso, em face de todo esse cenário, devemos estar preparados para mudanças. Mesmo que elas possam acarretar até mesmo no reajuste de custos. Nesse sentido, vários processos poderão passar por adequações. Eles vão desde, as cadeias de suprimentos. Passando pelas estruturas de pesquisa e desenvolvimento. E vão até às redes de produção.
Podemos estar caminhando para um panorama de redução de safras. Isso, diante da incerteza da guerra e de possíveis sanções. Ainda mais, aliada às novas variantes do Covid-19 que possam surgir. Gerando, desse modo, menor disponibilidade de alimentos. Anteriormente, a Rússia e a Ucrânia eram responsáveis por 28% das exportações mundiais de trigo. Rússia e Bielorrússia representavam 40% das exportações de potássio. Que é um fertilizante essencial para muitas culturas.
A insegurança alimentar é a grande preocupação do momento. E, o Brasil se torna a grande potência para abastecer muitos países. Assim, nosso país desponta como protagonista para fortalecer a segurança alimentar no planeta. Sem o Brasil, o mundo pode ter um futuro com mais pessoas famintas. Com mais pobreza e com maiores conflitos sociais. Principalmente, em países com fragilidade econômica.
É nesse contexto que a importância do abastecimento. Bem como, o preço do fertilizante, levando em conta a inflação, está inserido. A necessidade desse insumo é de grande importância para a produção de alimentos. Mas os preços precisam estar em níveis acessíveis. Sobretudo, para que a população de menor poder aquisitivo. Para que a mesma não sofra tantos impactos. O que não é fácil se levarmos em conta o custo do fertilizante nesse contexto de inflação.
A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA
A NPV – Nutrientes para a Vida, é uma iniciativa que surgiu em 2015. A partir do encontro de cientistas e representantes de entidades do setor de fertilizantes. Sobretudo, com o objetivo de esclarecer sobre a importância dos fertilizantes para saúde das plantas, animais e pessoas. A NPV é um braço da fundação norte-americana, NFL – Nutrients For Life, no Brasil. E trabalha baseada em informações científicas.
A NPV tem sua sede no Brasil. É mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). E operada pela Biomarketing. A iniciativa conta também com vários parceiros. São eles: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.