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A tempestade de areia e vendaval causou enormes estragos em diversas cidades de Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul se recupera dos estragos da tempestade de areia

Mato Grosso do Sul se recupera da tempestade de areia acompanhada de vendaval, ocorrida no dia 15 de outubro. Pelo menos 16 cidades ficaram bem danificadas. Diversas cidades do estado, incluindo a capital Campo Grande, ficaram escuras durante o fenômeno. Vejas fotos e vídeo enviado ao MSPOST.

A ventania causou quedas de energia em diversas cidades sul-mato-grossense e estragos, segundo a Defesa Civil do estado, em pelo menos 16 municípios, entre eles a capital, Campo Grande, além de Dourados, Rio Brilhante, Miranda, Corumbá, Ponta Porã, Dois Irmãos do Buriti, Porto Murtinho, Juti, Novo Horizonte do Sul, Aquidauana, Anastácio, São Gabriel do Oeste, Nova Andradina, Três Lagoas e Corumbá.

O governador Reinaldo Azambuja, determinou que a Defesa Civil Estadual faça um monitoramento junto aos municípios para levantar os danos provocados por essa tempestade de areia que atingiu o Estado. Muitos acidentes e transtornos aconteceram durante a tempestade.

Acidentes e fatalidades

Um barco com 21 passageiros virou no Rio Paraguai em meio a tempestade de areia e entre os mortos havia sete membros de uma mesma família. Há mortes e acidentes registrados em razão das consequências da tempestade.

Uma infinidade de árvore foram arrancadas, casas destelhadas em todo o Estado. De acordo com o MetSul Meteorologia, a causa da tempestade foi uma frente fria que avançou do Paraguai para o Mato Grosso do Sul com uma linha de tempestades com vento.

Campo Grande

Após a tempestade de poeira com ventania que atingiu a Capital na tarde da última sexta-feira (15), a Central 156, um dos principais canais de comunicação da Prefeitura com a população, registrou 1.329 ligações em 24 horas, um aumento de 53% na média diária de atendimentos. Já a plataforma digital Fala Campo Grande recebeu cerca de 678 solicitações, número bem acima dos registrados diariamente. Pela web, o aumento foi de 183%.

A chuva e os ventos com velocidade de quase 100 km/h, que atingiram a cidade no último dia 15 de outubro, derrubaram mais de 150 árvores por toda a cidade. Com cerca de 300 pessoas e 30 caminhões, a Prefeitura conseguiu minimizar a maior parte dos danos considerados mais urgentes, priorizando a desobstrução das vias. A tempestade não afetou as estruturas de obras e de drenagem na cidade.

Segundo o ouvidor-geral do Município, Marcos Haroitto, diante dos estragos causados pelas chuvas e ventos que ultrapassaram os 90km/h, foi necessário ampliar o horário de atendimento da Central, para que o cidadão tivesse um suporte rápido e adequado para registrar suas demandas. O teleatendimento funcionou das 8h às 17h.

Telefones congestionados

“A população passou por um momento de aflição e insegurança e, como Ouvidoria, nos vimos na obrigação de auxiliar, por isso o prefeito determinou a ampliação do horário de atendimento da Central 156 no sábado e também que fosse reforçada a equipe que atua com a plataforma Fala Campo Grande”, explica o ouvidor-geral do Município.

Haroitto ainda ressalta que já nas primeiras horas após o temporal ocorrido na sexta-feira, a Central recebeu um grande número de ligações.  Cerca de  370 chamadas receberam atendimento referentes aos danos causados pela chuva e ventos.

“Trabalhamos com foco nos registros decorrentes do temporal, principalmente nas solicitações para a retirada de árvores que estavam impedindo o fluxo de trânsito na Capital. Em 24 horas, o número de ligações e solicitações pela web praticamente triplicou”, finaliza Haroitto.

Prejuízos

O mapa desenvolvido pela Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec) detalha quais foram as regiões que mais registraram pedidos para retirada de árvores e relato de semáforos que estavam desligados.

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, as árvores que ainda não foram retiradas estão sobre a rede de energia, o que depende do trabalho conjunto com a concessionária. Levantamento da Prefeitura constata que não houve prejuízos às estruturas de obras e de drenagem. O ritmo dos serviços de limpeza das ruas dependerá do tempo firme.

Além das intervenções imediatas, o Executivo Municipal elabora uma série de medidas a serem tomadas ao longo dos anos para conter os prejuízos mediante as ameaças futuras de desastres da natureza.

Planejamento

O prefeito Marquinhos Trad lembra que a capital sul-mato-grossense apresenta risco baixo de desastres naturais, porém, mesmo que atípicas, ventanias como esta da última sexta-feira exigem um novo olhar do poder público.

“A nossa torcida é para que essa tempestade seja um fato isolado, mas caso comece a ter frequência esse tipo de ação da natureza, é importante planejar as medidas gerais que deverão ser adotadas ao longo dos próximos anos”, pondera o chefe do Executivo.

Desde a tarde do dia 15 , equipes da Sisep e da Defesa Civil Municipal, em conjunto com o Corpo de Bombeiros e demais órgãos de controle de desastres, percorrem as sete regiões da cidade para minimizar os danos causados pela ventania e tempestade de poeira que, além da sujeira, atingiu o sistema de semaforização.

Avenidas de grande fluxo como a Mato Grosso e a Afonso Pena tiveram praticamente todo o conjunto de semáforos afetados ao longo de sua extensão.

Sistema de energia foi danificado pela tempestade

A Agência Municipal de Transporte e Trânsito contabiliza 212 cruzamentos semafóricos afetados por toda a cidade, sendo que 60% destes foram interrompidos com o desligamento da energia elétrica. Apesar de quase todos os equipamentos já estarem operando normalmente, a Agetran aguarda o restabelecimento do sistema de energia elétrica em alguns pontos, para que possa reativar os sinais de trânsito imediatamente.

A Prefeitura de Campo Grande informa que mantém os canais de atendimento disponíveis para que a população solicite serviços como a limpeza de ruas. Além do telefone 199 da Defesa Civil, que funciona 24 horas, a população pode ligar para a central de teleatendimento do Fala Campo Grande, no 156, de segunda a sexta, das 7h30 às 21h e, no sábado, até o meio-dia.

Dourados em estado de emergencia

Em Dourados, região Sul do estado. A chuva, acompanhada de ventos de até 45 quilômetros por hora. A prefeitura do município que está fazendo um levantamento dos danos e decretou Estado de Emergência.

Estragos da tempestade

No Hospital Regional do município, a porta da recepção foi arrancada pela força do vento. Também foram registrados danos em indústrias da BR-163.
Ainda conforme a prefeitura, a Central de Atendimento telefônico da Guarda Municipal e da Defesa Civil de Dourados foram atingidas pelo temporal. Os trabalhos de reparos estão em curso. Ainda não uma previsão para a conclusão dos serviços.

A tempestade

De acordo com a meteorologia, a causa da tempestade foi uma frente fria que avançou do Paraguai para o Mato Grosso do Sul com uma linha de tempestades com vento.
Isso ocorre normalmente em áreas de plantio, que passam todo o período de estiagem, fica toda aquela poeira solta que vai ressecando. Normalmente o solo por estar desnudo sem nenhuma vegetação aquece muito rápido e com a chegada da frente fria formam-se as tempestades de areia.

A causa da tempestade foi uma frente fria que avançou do Paraguai para o Mato Grosso do Sul com uma linha de tempestades com vento.

O Haboob, a tempestade de poeira campo grande

As tempestades de areia dos últimos dias são raras no Brasil, mas muito comuns em outras regiões do mundo, onde são conhecidas como haboob. Eles são causados por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo muito seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação seca. O Haboob é comum em regiões áridas do planeta.

Essa combinação causa uma espécie de “rolo compressor” gigante de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura. A ventania forte vem associada à fuligem e sujeira.
Haboob, ou habub, em árabe significa “destruidor” ou “que vagueia”.

Trata-se de um tipo de tempestade intensa de areia levada por uma corrente atmosférica. Os haboobs frequentemente ocorrem em regiões áridas em todo mundo.

Previsão do Tempo: Chuvas e ventos fortes são esperados nestas segunda e terça-feira

Previsão do Tempo com a meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul da Semagro, Valeska Fernandes, para a semana.  Chuvas e ventos fortes dias 18 e 19 de outubro. Preparem-se.