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A migração dos cubanos que estão fugindo em massa de Cuba, se deve à repressão e a miséria. A debandada representa um duplo desafio para Cuba

FUGA: Migração de cubanos para os EUA atinge maior nível em décadas

Debandada aumentou após protestos antigoverno

A migração dos cubanos que estão fugindo em massa de Cuba, se deve à repressão e a miséria crescente. Além disso, há fatores que tem depauperado as já precárias condições de vida dos moradores da ilha. Assim, desde as manifestações de 11 de julho de 2021, que configuraram o maior protesto antigoverno no país. Ou seja, desde a revolução castrista, em 1959, a migração para os Estados Unidos aumentou de forma expressiva e consistente, atingindo níveis recordes.

Somente entre janeiro e maio deste ano, quase 120 mil cubanos foram detidos durante o processo de migração na fronteira sul dos EUA, cem mil pessoas a mais do que as cerca de 20 mil impedidas de entrar no país mesmo período do ano passado. O número é o maior registrado em quatro décadas.

A debandada representa um duplo desafio para Cuba. Em termos econômicos, a fuga em grandes proporções significa a perda de boa parte da população economicamente ativa justamente no momento em que o país registra o menor ritmo de crescimento demográfico em 60 anos.

Politicamente, o movimento inviabiliza ainda mais a oposição, já que alguns dos líderes mais expressivos ao regime e que têm lutado por mudanças estão abandonando o país.

Cubanos: perseguição e punição

A vida para os que conseguem cruzar as fronteiras não está sendo fácil. Em Miami, milhares de cubanos enfrentam a falta de trabalho, aluguéis caríssimos e têm dificuldade para conseguir o básico para sobreviver.

Segundo levantamento da Human Rights Watch, 700 cubanos permanecem presos desde os protestos do ano passado. De acordo com a entidade, os líderes cubanos têm perseguido e punido com veemência quem é contrário ao governo para evitar novos protestos.

De um ano para cá, cerca de 2 mil cubanos foram presos. Grande parte não teve direito a um advogado. E além disso, não pode receber visitas e ainda mais passaram por privação do sono. Bem como, por outros tipos de abusos, diz o relatório. Deste total, em torno de 400 pessoas, incluindo adolescentes, passaram por processos em tribunais militares e condenados a mais de 25 anos de prisão.