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Venda a varejo de material escolar em lojas da 25 de Março, região central. - Foto: Reprodução/ ag. not. gov. ms.

FINANÇAS: como se planejar para as despesas com filhos

É comum que os pais encaixem o valor da mensalidade nas despesas com os filhos, sem considerar outros gastos envolvidos.

Gastos com despesas escolares dos filhos costumam dar dor de cabeça aos pais. Para quem opta pela educação privada, a escolha da escola ideal passa não só pela linha pedagógica, mas principalmente pela mensalidade que cabe no bolso.

Por ser uma escolha financeira atrelada a questões emocionais, já que a educação proporciona um futuro melhor para os filhos, é comum que os pais encaixem o valor da mensalidade nas despesas com os filhos. Mas isso sem considerar outros gastos envolvidos.

Principais despesas escolares

As despesas escolares mais comuns envolvem a mensalidade, a matrícula, os materiais escolares e os uniformes. Depois, podem entrar custos como alimentação (há escolas que cobram pelo almoço separadamente), lanches e snacks que as crianças compram no recreio, transporte, aulas extras, excursões.

Outras despesas relacionadas à vida escolar são as datas comemorativas, como Páscoa, Dia dos Professores e Natal. Nesse sentido, algumas famílias optam por dar lembrancinhas aos professores.

Após levantar os custos, é importante colocá-los em uma planilha que contenha os custos mensais e que dê uma visão geral do ano. Para, dessa forma, saber quais meses serão mais caros. Com essa informação, a família poderá optar por fazer uma reserva e pagar quando a despesa chegar. Ou planejar esse gasto no cartão de crédito, mantendo o limite livre para essa despesa.

“Para evitar surpresas, é fundamental que os pais coloquem tudo na ponta do lápis, estimando com precisão o impacto desses gastos no orçamento. Isso permitirá um controle mais efetivo sobre as finanças e garantirá que a educação não se torne um peso inesperado”, afirma Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira.

Limite de gastos com educação

É difícil limitar gastos quando o assunto é despesa com filhos. Para Reinaldo Domingos, essa dificuldade está relacionada ao fato de que a educação envolve o sonho de ver o filho preparado para o futuro. Mas cada família tem uma realidade e um orçamento.

“É fundamental saber que o compromisso com a educação não deve vir às custas do equilíbrio financeiro da família”, afirma Domingos. Isso significa não se endividar ou comprometer outras áreas da vida familiar. “A educação deve ser encarada como um investimento a longo prazo, e não como um gasto a curto prazo”, diz.

Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Planejar, sugere que seja estabelecido um teto de 30% do orçamento familiar para despesas com educação. Assim, se uma família tem uma renda de R$ 10 mil, somando os salários dos pais, os gastos com educação não devem ultrapassar o teto de R$ 3 mil, considerando todos os gastos (e não só a mensalidade).

Já Domingos afirma que não é preciso estabelecer tetos rígidos para gastos com a educação, já que cada família tem uma realidade financeira única. Para ele, o principal é que a educação seja prioridade dentro do orçamento familiar, mas sem comprometer áreas essenciais da vida, como saúde, alimentação e lazer.

Como se planejar para as despesas escolares

Após mapear todos os gastos envolvidos com a educação dos filhos, é preciso olhar para o orçamento familiar para encaixar as prioridades dentro da renda.

A sugestão de Domingos é começar definindo a renda líquida da família, somando todas as entradas, como salários, aluguéis ou outras fontes de renda. Depois, se possível, pensar em planos de aposentadoria, sonhos (como uma viagem, ou a compra de uma casa própria), e prever os gastos com dívidas e prestações.

Esses custos todos devem ter equilíbrio com os gastos essenciais, como alimentação, saúde, educação e moradia. “A educação, nesse contexto, será como uma prioridade, mas sempre dentro de um orçamento equilibrado, que considere as outras necessidades familiares”, diz Domingos.

Enfim, o objetivo desse formato de orçamento, segundo ele, é tirar a mentalidade tradicional de “ganho menos gastos” (onde o foco está no que sobra). E assim, adotar um modelo mais consciente e planejado, onde a família decide, de forma estratégica, como alocar sua renda para alcançar seus objetivos e manter a saúde financeira.

Essa abordagem não só ajuda a manter o foco no longo prazo, como também evita que os gastos com educação ou qualquer outra área da vida familiar sobrecarreguem o orçamento ou gerem estresse financeiro, afirma Domingos.

Fonte: istoé