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Hospital Veterinário de Animais Silvestres terá 1.153,33 m² de área construída e concentrará todos os atendimentos, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação

Campo Grande terá primeiro Hospital Veterinário de Animais Silvestres da América Latina

Complexo terá 1.153,33 m² de área construída e concentrará todos os atendimentos, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação

O Hospital Veterinário de Animais Silvestres vai mudar a realidade do atendimento dos cerca de 2,5 mil animais que passam todos os anos em Campo Grande, MS. Trata-se, nesse sentido, do primeiro hospital 100% especializado na fauna silvestre da América Latina, com a construção a todo o vapor no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS.

Com 34 anos de atividade, o local foi um dos primeiros Centros de Reabilitação de Animais Silvestres do Brasil, conforme explica a médica veterinária, Aline Duarte, coordenadora do CRAS. “O nosso objetivo, nesse sentido, é a reabilitação do animal vítima de atropelamento, tráfico e apreensão e também de entrega voluntária. O CRAS recepciona os animais de todo o Estado. E, uma vez que o animal chega, recebe o atendimento veterinário, passa por uma quarentena, para depois começar o trabalho de reabilitação”, disse.

Um atendimento primário

Responsável por encaminhar os animais de diversas regiões do Estado para o CRAS na capital, a Polícia Militar Ambiental (PMA) recebe, nesse sentido, apoio de voluntários no atendimento primário. “Temos um atendimento primário. Temos diversos veterinários do Estado que fazem voluntariamente para a gente, como Nova Andradina. O pessoal fez até cirurgia em uma anta para estabilizar e depois a gente trazer”, disse o tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Paulino Queiroz.

A espécie que mais chega ao CRAS para reabilitação, no entanto, são as aves. Segundo a PMA, a maioria são papagaios e, em agosto, o número de animais oriundos do trafico aumenta já que inicia o período reprodutivo. “Normalmente nosso problema é com o papagaio num período de retirada que começa a partir de agosto. Trata-se do período reprodutivo, até o mês de dezembro também são encaminhados para o centro de reabilitação pois os papagaios são todos filhotes’, acrescentou.

Diversas instituições através de cooperações técnicas

O médico veterinário e responsável técnico do CRAS, Lucas Cazati, conta que o centro recebe apoio de diversas instituições, por meio, de cooperações técnicas. Um exemplo é a parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

“Além da troca incessante de conhecimento entre as instituições, contamos com o apoio técnico da universidade com o centro de radiologia e imagenologia. Dando-se todo suporte aos animais vítimas de traumas automobilísticos e outros fatores. Além disso, a universidade colabora com o apoio laboratorial com realização de exames pré-cirúrgicos e de rotina. Hoje, a instituição nos auxilia com exames de alto grau de complexidade como o de microbiologia e DNA”, disse.

Hospital Veterinário de Animais Silvestres

Aproximadamente dez profissionais trabalham, portanto, atualmente no CRAS, entre médicos, biólogos, técnicos e tratadores, número que deve aumentar quando o Hospital Veterinário de Animais Silvestres estiver pronto. Em obras, o complexo terá 1.153,33 m² de área construída e concentrará todos os atendimentos, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação. Orçado em R$ 3,8 milhões, o hospital ainda terá espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exames.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Rodrigo Bordin Piva, destaca a importância da unidade hospitalar. “A construção da Clinica do CRAS vem de encontro às necessidades da fauna sul-mato-grossense. Vimos nas queimadas de 2020 a importância do atendimento médico-veterinário aos animais que sofreram com a ação do fogo no Pantanal e no Cerrado em MS. Depois do resgate das onças na Serra do Amolar, os animais receberam atendimento no CRAS.”, afirmou.