Principal marca de suco de laranja de origem americana confirma incorporação de FCOJ mexicano para continuar operações
As exportações de laranjas para os EUA – Estados Unidos podem voltar a crescer. Isso porque a menor produção de laranja na Flórida numa série histórica de dados de mais de 80 anos poderia se tornar a grande oportunidade para produtores brasileiros. Mas ao que tudo indica, cairá de bandeja no colo dos mexicanos.
Com apenas 40,2 milhões de caixas produzidas na safra corrente, a Florida’s Natural anunciou em maio a compra de suco concentrado mexicano. Assim ele será adicionado à bebida que durante décadas teve como principal diferencial o fato de ser 100% produzida nos Estados Unidos.
No entanto, em comunicação distribuída aos produtores de laranja daquele Estado, o presidente da empresa Bob Behr afirmou que a intenção inicial era incorporar suco de laranja não concentrado de origem brasileira.
Porém, a quantidade de sólidos presentes na bebida brasileira não seria suficiente para corrigir o produto americano, que passa por sérios problemas de qualidade decorrente do greening. Trata-se de doença que afeta a produção daquele País de forma drástica.
A única saída, segundo ele, é a incorporação de suco de laranja concentrado mexicano. “Após cuidadosa consideração, começaremos a misturar o melhor de nossos sólidos NFC da Flórida com o mais alto grau de concentrado de suco de laranja mexicano em todos os itens de suco de laranja da marca Forida’s Natural. Essa transição acontecerá entre meados de maio e junho”, afirmou em nota.
A escolha do concentrado mexicano em detrimento ao brasileiro é uma questão comercial. Nesse sentido, o suco de laranja mexicano beneficia-se por um acordo de livre comércio com os Estados Unidos que, desde 2008, concede isenção total de impostos. Já o produto brasileiro tem penalidade de 415,86 dólares por toneladas.
Impostos e as exportações de laranja para os EUA
Dessa maneira, as ações da Receita Federal do Brasil agravam a situação. Pois, desde 2019 cobram 34% de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica sobre o imposto pago ao governo americano.
“Essa é uma situação que tem penalizado a indústria exportadora do Brasil que sempre foi líder naquele mercado e vê, pouco a pouco um dos maiores clientes se perder para um concorrente que tem jogado sobre as nossas falhas”, explica o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, que representa a indústria exportadora de suco de laranja.
Segundo ele, a insegurança jurídica causada por essa ação, que se estende por dois anos, já traz consequências. “O importador segue procurando as melhores ofertas. E o exportador as melhores oportunidades, mas para isso é preciso segurança jurídica senão os negócios não acontecem”, comenta.
Segundo ele, é possível perceber interesse por parte da Receita Federal do Brasil em resolver o problema. E esse acompanhamento inclui também o Congresso Nacional. Enquanto isso, as exportações de laranjas brasileira para os EUA aguardam por dias melhores na balança comercial.
Fonte: CitrusBR