Se a calça skinny dominou os anos 2000, a geração Z parece preferir o conforto das calças mais largas.
Nos anos 2000, a calça skinny e as Wide legs era onipresente: nos shows de bandas como Arctic Monkeys e Cansei de Ser Sexy e também no corpo dos fashionistas – sejam os outsiders que amavam Raf Simons ou pela estética que Slimane imprimia na Dior Homme.
A skinny justíssima e zero democrática objeto de adoração incontestável, no cenário indie e também no mundo pop – toda celeb era clicada nas ruas (lembra do Just Jared?) e, muitas vezes, no red carpet (!) com suas versões bem surradas, outras com aplicações de strass e algumas com lavagens malucas, mas o efeito tipo “à vácuo” era obrigatório.
De uns anos pra cá, ela foi perdendo o apelo de novidade, virou um ícone millennial. Em contrapartida, com a crescente influência do streetwear, as wide legs começaram a aparecer em todos os cantos e se tornaram uniformes da Gen Z – quanto mais largas, melhor…
Se for a versão cargo, melhor ainda! Tendo isso em mente, a repórter Laura Budin e o editor de moda Vinicius Alencar, do FFW dão suas diferentes perspectivas.
Skinny Wide legs
Quando eu tinha 18 anos, em um passado não muito recente, a skinny era algo que existia nas revistas e editoriais internacionais e quase inexistente na vida real. Em 2008 e 2009, para ter uma skinny de verdade-verdadeira bem Dior Homme by Slimane, o jeito pedir para uma costureira de bairro ou para avó de um amigo com dons de costura – obrigado Vike.
Os ajustes caseiros desafiavam os limites da modelagem, muitas vezes nem passavam pelos pés direito, ou era comum a gente ouvir um barulho esgarçando/descosturando quando vestiamos à força e sem muito cuidado.
Depois lembro que Cavalera tinha as skinny dos sonhos – inclusive em versões coloridas pras então new ravers.
Os anos se passaram, a skinny perdeu o brilho (mas, calma, não perdeu adeptos) e continua sendo vista pelas ruas – mesmo sob o olhar de deboche e descaso das novas gerações.
Confesso que a skinny-skinny eu nunca mais usei, mas me marcou de tal forma que das poucas calças que tenho, todas, todas possuem corte reto. Influência ou trauma? Deixo com vocês!
Desde a minha pré-adolescência, ali pelos 13 e 14 anos, eu fui grande consumidora do Tumblr.
E apesar de ser de outra geração – aquela que foge das skinny jeans à todo custo – meu principal material de consumo, naquela época, eram as modelos da Victoria’s Secret e influencers – que hojes consideramos celebridades – como Hailey Bieber, Kylie Jenner e entre outros nomes pop e elas amavam skinny jeans.
Acho que minha visão muito moldada pelos padrões do que era feminino para época, ou seja, um corpo moldado e aparente. E apesar das minhas pernas finas que me deixavam muito desconfortável, a calça skinny era o que me diziam que era bonito.
Com o tempo, minha visão sobre feminilidade mudou. Lembro da primeira vez que coloquei uma baggy jeans eram emprestadas da minha mãe, dois ou três números maior que meu tamanho a primeira vez que minhas pernas não me incomodaram mais.
Acredito que hoje seja difícil eu voltar a usar skinny jeans, eu realmente amo usar calças mais largas e confortáveis – na verdade, até gosto quando me sinto mais masculina. Mas não posso ter certeza de nada, disse que nunca usaria calças de cós-baixo, mas desde o ano passado, elas têm minha obsessão.
Fontes: ffw, santédenin, uol, monjuá