Você está visualizando atualmente Setor de cargas está com baixa de quase 1 milhão de motoristas
O setor é determinante para a economia no Brasil, uma vez que é a principal forma de transporte de mercadorias

Setor de cargas está com baixa de quase 1 milhão de motoristas

Entre dezembro de 2011 e janeiro de 2023, houve uma redução de 18% neste grupo

O setor de transporte de cargas enfrenta um momento desafiador devido à diminuição significativa no número de motoristas de caminhão e cavalos mecânicos com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categorias D/E. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que, entre dezembro de 2011 e janeiro de 2023, houve uma redução de 18% neste grupo. Representando uma diminuição de 5.315 milhões para 4.367 milhões de condutores  quase 1 milhão a menos de pessoas para viabilizar o serviço.

Assim, o setor é determinante para a economia no Brasil, uma vez que é a principal forma de transporte de mercadorias. No entanto, a preocupação dos empresários do setor denota a necessidade de se pensar em alternativas. “Devido à falta de profissionais qualificados, é necessário buscar alternativas para suprir a demanda crescente. O que aliás acaba resultando em uma precarização dos serviços prestados, seja pela contratação de mão de obra não qualificada ou pelo comprometimento de etapas do processo de transporte para cumprir prazos e solicitações”. Afirma James Theodoro, presidente e fundador da KORSA Riscos e Seguros.

Outro fator que agrava a escassez de profissionais é o envelhecimento da atual força de trabalho. Um levantamento realizado pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC) prevê que 30% dos caminhoneiros em atividade atualmente se aposentarão até 2026. O que amplifica a necessidade de um planejamento estratégico para evitar uma possível crise desmedida no transporte de cargas.

Além disso, a escassez de mão de obra especializada não é exclusiva do Brasil. A falta de interesse na profissão é um dos fatores determinantes para essa condição. Menos jovens se sentem atraídos por essa ocupação devido às longas viagens, à falta de segurança nas estradas e à ausência de benefícios.

Esforço contínuo

Theodoro, presidente e fundador da KORSA Riscos e Seguros, defende que haja um esforço contínuo, tanto do setor público quanto do privado, com foco no motorista de carga. “As estradas precisam oferecer segurança pública, locais adequados para descanso e pernoite, e os profissionais precisam de melhores condições de trabalho, incluindo cuidados com a saúde física e mental, além de remuneração e plano de carreira mais atrativos”, opina. Ele também defende incentivos para que jovens e mulheres se interessem pela profissão.

Fonte: correiobraziliense