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Agora são os 11 os países que integram o novo BRICS.

Qual é o tamanho do novo Brics? Veja em números a dimensão dos 11 países

Grupo que quer brigar com o G7 tem 42% do petróleo e parcela importante de outros recursos naturais

O novo Brics, agora com 11 países, representa uma grande parcela dos recursos naturais do mundo, como 72% dos minerais de terras raras e 42% do petróleo. Os dados fazem parte de um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, uma organização independente americana de estudos políticos.

O grupo antes formado por cinco países– Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– agora inclui mais seis membros. São eles: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A expansão foi anunciada durante a reunião dos Brics em Joanesburgo, entre os dias 22 e 24 de agosto.

O presidente chinês Xi Jinping defendeu a expansão do grupo de países emergentes com o objetivo de se tornar um rival geopolítico do G7, grupo formado pelas economias mais industrializadas do mundo– Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Relatório – países do novo Brics

O relatório assinado pelos pesquisadores Gracelin Baskaran e Ben Cahill destaca que a entrada da Argentina no Brics vai fortalecer o fornecimento de lítio do bloco.

Os autores citam a previsão do banco americano JPMorgan de que a participação da Argentina no suprimento global de lítio deve aumentar de 6% em 2021 para 16% em 2030. Assim, o país deve ultrapassar o Chile e se tornar o segundo maior produtor de lítio do mundo até 2027.

“Atualmente, a Argentina tem 13 projetos de lítio em andamento, acima de qualquer outro país. A inclusão da Argentina posiciona os Brics com três dos cinco maiores produtores de lítio do mundo, junto com a China e o Brasil”, diz o estudo.

Os autores também destacam que os Brics devem aumentar os investimentos para fortalecer o abastecimento de minerais críticos entre os membros do bloco.

Os autores ressaltam que a Arábia Saudita, outro dos novos participantes, já está fazendo investimentos vultosos em lítio. Além disso, também há utros minerais críticos para os sauditas no Brasil.

Eles citam o acordo de US$ 2,6 bilhões. Esse valor deve comprar uma participação de 10% na divisão de metais básicos da Vale, para acessar minerais como níquel e cobre. “A parceria com a maior mineradora do Brasil é fundamental para que os sauditas atinjam o seu objetivo de construir 500 mil veículos elétricos anualmente até 2030”, exemplificam.

Parcerias no setor de energia para driblar sanções

O relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais lembra que o novo Brics conta tanto com grandes produtores de petróleo e gás. Especialmente os dois dos maiores importadores do mundo, China e Índia, ambos países que se recusaram a impor sanções à Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

“É provável que os Brics expandidos adotem uma abordagem semelhante à Parceria para a Segurança Mineral, que é uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos para reforçar a segurança energética crítica para si e para 13 dos seus aliados”, afirmam Gracelin Baskaran e Ben Cahill.

Os autores acrescentam que os Brics têm interesse em fortalecer parcerias no setor energético. Justamente para que os países membros não sejam prejudicados por sanções como as impostas pelo G7 sobre a Rússia. E, portanto, farão esforços para criar mecanismos de comércio fora do alcance do setor financeiro do G7.

Mas Gracelin e Cahill ponderam que a tarefa não é simples. Eles dizem, por exemplo, que o comércio de energia tem base em dólares por muitas razões. Principalmente porque é uma moeda líquida, facilmente conversível e os maiores exportadores de petróleo globais negociam em dólar.

Assim, com o aumento das sanções energéticas, os autores lembram que cresceu o número de acordos energéticos bilaterais liquidados em outras moedas. Especialmente como em renminbi chinês ou em rúpias indianas. Entretanto, os pagamentos de petróleo ou gás em outras divisas estão longe da plena internacionalização.

“Para os mercados energéticos, o alargamento dos Brics é, por enquanto, em grande parte simbólico. Mas é outro sinal de que os países estão explorando formas de contornar o sistema financeiro dos EUA e o alcance do dólar”, afirmam.