Programa de Equoterapia da PMMS transforma vidas em MS
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) tem reforçado ações que unem saúde, inclusão e reabilitação por meio de parcerias estratégicas, como o Programa de Equoterapia da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o projeto oferece atendimento gratuito a crianças com deficiências físicas, intelectuais e transtornos do desenvolvimento, promovendo ganhos significativos nos âmbitos físico, emocional e social.
O convênio firmado no início do ano passado entre a SES e a PMMS destina R$ 1,13 milhão para custeio de profissionais especializados, garantindo o acompanhamento clínico e terapêutico dos praticantes.
O cuidado pode transformar vidas
Para a gerente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES, Juliana Medeiros, o serviço representa, antes de tudo, um avanço significativo na consolidação da Rede. “O Centro de Equoterapia da PMMS é um exemplo concreto de como o cuidado pode transformar vidas. Quando une técnica, sensibilidade e propósito, alcança resultados notáveis. A equoterapia promove ganhos expressivos na reabilitação global das pessoas com deficiência. Além disso, amplia as possibilidades de autonomia, integração social e dignidade. Essa parceria fortalece a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Assim também, reafirma o compromisso de Mato Grosso do Sul com políticas públicas efetivas, que fazem diferença real na vida das pessoas”, afirmou Juliana.
O coordenador do programa, Capitão Lorensetti, explica que o projeto é desenvolvido pela Polícia Militar e mantido pelo Governo do Estado. Além disso, é executado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de serviço social, educação física, enfermagem, pedagogia e fonoaudiologia. A iniciativa, portanto, visa promover o desenvolvimento global dos praticantes. Dessa forma, combina os benefícios do movimento do cavalo com o acompanhamento clínico e terapêutico, garantindo resultados amplos e duradouros.
“A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma ferramenta eficaz de reabilitação. O movimento tridimensional do cavalo estimula o equilíbrio, a coordenação, a postura e a concentração, além de gerar ganhos emocionais e cognitivos significativos. É uma terapia que trabalha corpo, mente e vínculo afetivo”, explica o oficial.
O cavalo como parceiro terapêutico
De acordo com a psicóloga e pedagoga Lilian Martins, o cavalo atua como mediador natural de estímulos físicos e emocionais. O andar do cavalo se assemelha ao movimento humano e proporciona respostas corporais e neurológicas difíceis de alcançar em terapias convencionais. “Durante uma sessão de 30 minutos, o praticante realiza cerca de 9 mil ajustes musculares para manter o equilíbrio sobre o cavalo. Isso fortalece a musculatura, melhora o tônus e o controle postural, além de estimular a coordenação e a concentração”, explica Lilian.
Ela destaca ainda que cada atendimento é planejado de forma personalizada, considerando o tipo de cavalo, o ritmo da montaria e os objetivos terapêuticos. “Se o foco é reduzir a agitação, trabalhamos o relaxamento. Cada sessão tem intencionalidade e propósito. Além da parte física, a equoterapia desperta afetividade, autoconfiança e integração social”, afirma Lilian.
Histórias que inspiram
Entre as histórias marcantes que passam pelo Centro está, antes de tudo, a de Ana Vitória Silva, de 20 anos. Ela, aliás, nasceu com paralisia cerebral. Desde os dois anos de idade, participa da equoterapia. Além disso, há 14 anos, faz parte do projeto.
Moradoras de Chapadão do Sul, Ana e sua mãe, Rosaine Aparecida da Silva, viajam todas as semanas até Campo Grande. Assim, conseguem participar das sessões. “A evolução dela foi enorme, tanto física quanto emocionalmente. Além disso, o que o cavalo faz na equoterapia, nenhum fisioterapeuta consegue reproduzir dentro de uma clínica. A Ana adora vir, pois é um momento de liberdade e felicidade”, relata Rosaine.
Outra história de superação vem, por sua vez, do pequeno Davi, de 8 anos. Ele recebeu diagnóstico de autismo nível 3, epilepsia e TDAH. Participa do programa há cerca de dois anos e meio. Atualmente, já apresenta grandes avanços. “Depois que começou a equoterapia, o Davi recuperou a fala. Além disso, melhorou a coordenação e ganhou confiança. Hoje ele até participa das Paralimpíadas internas do projeto. Adora competir e se sente muito feliz”, conta a mãe, Daniele Barilli.
Integração, inclusão e resultados concretos
Fundado em 3 de setembro de 2002, o Centro de Equoterapia da PMMS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos, sendo um serviço de referência em Mato Grosso do Sul. Atualmente atende cerca de 200 crianças, com expectativa de ampliar esse número para 300 até 2026. Além de fortalecer habilidades motoras, a equoterapia melhora a socialização, o autocontrole e a autoestima dos praticantes.
“A equoterapia vai muito além da reabilitação física. É um trabalho que transforma a forma como o praticante se relaciona com o próprio corpo, com os outros e com o mundo. Cada sorriso e cada conquista são vitórias compartilhadas entre a família, os terapeutas e o cavalo”, resume o Capitão Lorensetti.
Fonte: Secom/Gov.br




