Você está visualizando atualmente Pedidos de título de eleitor por adolescentes caiu 82%
Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adolescentes de 16 e 17 anos que solicitaram o primeiro título de eleitor caiu 82%

Pedidos de título de eleitor por adolescentes caiu 82%

Em uma década, o número de adolescentes que pediu o 1º título de eleitor caiu em 82%

Contudo, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adolescentes de 16 e 17 anos que solicitaram o primeiro título de eleitor caiu 82%. Embora em 2012, foram 2.603.094 adolescentes que pediram o documento, neste ano. No entanto, até 21 de março, o número despencou para 466.227.

Ademais, o TSE não vê desinteresse do jovem na política. Mas aponta reflexos da pandemia de Covid-19 e mudança na pirâmide etária brasileira.

Entretanto, nesta eleição presidencial de 2022, se registraram para exercer o primeiro voto 96.325 meninas de 16 anos e 160.663 de 17 anos. Além de 69.002 de meninos de 16 anos e 140.237 de 17 anos.

Mas para o analista de enfrentamento à desinformação do TSE, Diogo Cruvinel, a queda deu-se por mudanças na composição de idade da população brasileira. A gente avalia que o interesse por política não é um dos fatores. O jovem é bastante interessado por política, mas têm algumas situações relevantes. A pirâmide etária está se invertendo, a população está envelhecendo”.

Além disso, Cruvinel acrescenta que “a Justiça Eleitoral sempre fez campanhas nas escolas, para estimular a retirada do título. Mas, devido à pandemia, as aulas presenciais ficaram à distância e as campanhas foram suspensas”.

Dessa forma, o analista do TSE aponta que a busca pela emissão do título é maior durante anos de eleições municipais. Tudo isso, graças a maior proximidade que a população tem com os candidatos.

 

Os partidos estão envelhecidos, há dificuldade de diálogo com os jovens para atraí-los à militância

Assim sendo, a Bahia (88%) foi o que registrou maior queda entre os estados, passando de 231.969 pedidos de primeiro título de adolescentes de 16 e 17 anos, em 2012, para 25.991, em 2022. Seguido pelo Rio Grande do Norte e Rondônia. Que registraram uma diminuição de 87%.

Todavia, os três estados com maior eleitorado: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, tiveram reduções de 78%, 78% e 84%, respectivamente.

Jairo Nicolau, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, avalia melhor o caso.

“De 1989 pra cá, vimos esse número cair bastante nessa faixa etária. Antes era algo perto de 70%. Hoje chega a 40%, 30%, o que constata esse desinteresse. Os partidos estão bem envelhecidos, não há renovação etária. Pois há dificuldade de diálogo e de atrair jovens para a militância. A expectativa dos jovens nessa idade também é muito diferente do que é debatido. Temas como diversidade, meio ambiente, mercado de trabalho e universidades não são prioritários”, avalia.

O presidente do TSE defende que a presença da juventude é necessária para oxigenar a democracia

A Semana do Jovem Eleitor foi promovida pelo Tribunal Superior Eleitoral, entre 14 e 18 de março. A mesma terminou com 96.425 novos títulos para o público entre 15 e 18 anos.

Contudo, para o TSE, a semana foi considerada um sucesso. Incluindo um tuitaço organizado pelo próprio órgão. Com 88 milhões de menções na rede social e engajamento espontâneo de diversos artistas. Entre eles, Anitta, Luiza Sonza e o ator norte-americano Mark Ruffalo.

Além disso, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, defende que a presença da juventude nas eleições é necessária para oxigenar a democracia.

Essa cidadania da juventude, no nosso modo de ver, é incompleta. Sobretudo, se ela não se transforma numa participação ativa no processo eleitoral. Por isso, campanhas de sensibilização, divulgação do calendário eleitoral para que, até 4 de maio, os jovens que completem 16 anos até 2 de outubro se inscrevam. Desse modo, como eleitores, exerçam a cidade plena”, destacou em material divulgado pelo TSE.

As possíveis consequências da falta dos adolescentes nas eleições foram destacadas pelo analista do TSE Diogo Cruvinel . “Os jovens têm demandas e pautas que lhes são muito próprias. Diferentemente de outros grupos, que são educação e mercado de trabalho. Tudo isso, reflete no planejamento de políticas públicas. E claramente, é algo de interesse e direito dos jovens. Se eles se abstiverem, outros segmentos da sociedade vão escolher representantes que tenham as suas bandeiras”, esclareceu.

É possível fazer o pedido para tirar o título de eleitor pela internet, no portal do TSE. Faça valer os seus direitos, para escolher o candidato, que mais representa os seus interesses.