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O Brasil está também nessa lista com uma baixa natalidade. E isso já acontecia antes da pandemia, mas sem dúvidas foi intensificada pela crise sanitária.

TENDÊNCIA: Pandemia intensifica queda de taxa de natalidade no Brasil

Em março deste ano, cerca de 233 mil pessoas nasceram no país. No mesmo mês em 2021, 240 mil registros nos cartórios de registro civil

A taxa de natalidade no Brasil, que apresenta queda há pelo menos seis anos e teve esse movimento intensificado durante a pandemia de Covid-19, segue em declínio em 2022. É o que revelam dados do Portal da Transparência do Registro Civil.

Em março deste ano, cerca de 233 mil pessoas nasceram no país. Com isso, no mesmo mês em 2021, foram 240 mil registros nos cartórios de registro civil, uma redução de quase 5%. Mas, o mesmo aconteceu em fevereiro, com 194 mil nascimentos neste ano, contra 206 mil em 2021, e ainda em janeiro, que caiu de 220 mil no ano passado para 217 mil, neste ano.

“Temos que deixar claro que o Brasil ainda cresce, nascem mais pessoas do que morrem. Nós temos um crescimento populacional ainda, mas está bem lento. É uma tendência mundial, e o Brasil está também nessa lista com uma baixa natalidade. E isso já acontecia antes da pandemia, mas sem dúvidas foi intensificada pela crise sanitária”, disse o vice-presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Luis Carlos Vendramin Júnior.

Vendramin avalia que a taxa de natalidade, afetada durante os dois anos de pandemia, deve manter a tendência atual.

Sendo assim, segundo números do Portal da Transparência do Registro Civil, antes da crise sanitária, cerca de 15 mil brasileiros a menos nasciam a cada ano. Após a Covid-19, a redução no número de nascimentos praticamente dobrou no país, com um déficit anual, em 2020, de aproximadamente 30 mil pessoas.

O levantamento mostra que 2,82 milhões de pessoas nasceram no Brasil em 2017. O número, que cai desde então, sofreu leve redução nos dois anos seguintes. Por isso, já após o início da pandemia, a taxa de natalidade passou a ter baixas mais perceptíveis. Enquanto em 2019, 2,81 milhões de brasileiros nasceram no país, o ano seguinte teve 2,65 milhões registrados. E, em 2021, o número ficou na casa dos 2,62 milhões.

Quem atua na saúde aponta que a pandemia provoca efeitos no momento da decisão de aumentar ou não a família. Para a gerente-geral de Enfermagem do plano Qsaúde, Érica Cardoso, a Covid-19 trouxe a “angústia relacionada a questões emocionais”. “Há a questão do medo e da insegurança de ir para a maternidade e ficar dentro de um hospital nesse período, em que é recomendado que você não vá e ainda existe uma preocupação por causa do vírus”.

 

Fontes: arpenbrasil, culturauol, saudeba, cnn