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Estão previstos investimentos de R$ 8 bilhões para o mapeamento geológico do solo brasileiro, em busca de novos filões de exploração mineral. - Foto: Divulgação/ Ma'aden

Mineradora saudita chega ao Brasil com cheque de R$ 8 bi

A mineradora saudita investe em pesquisa e coloca o Brasil no centro de um dos maiores investimentos em transição energética sustentável da década

A Ma’aden, a mineradora estatal da Arábia Saudita, vai abrir um escritório em São Paulo até março, como parte de um acordo firmado entre o Ministério de Minas e Energia e o governo saudita.

Estão previstos investimentos de R$ 8 bilhões para o mapeamento geológico do solo brasileiro, em busca de novos filões de exploração mineral.

Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, disse que os dois governos chegaram a um entendimento tendo como pilar o desenvolvimento sustentável da mineração.

Compromisso com os recursos disponíveis

O ministro destacou o compromisso saudita na transição de uma matriz energética dependente do petróleo — responsável por 95% da economia local — para fontes renováveis. “Sobrevoei o país e vi grandes parques solares e grandes parques eólicos no meio do deserto. A maior planta de hidrogênio verde do mundo também está aqui”, diz. “Estão aproveitando os recursos do petróleo para fazer a transição energética como ninguém, precisamos admitir isso”.

“Os sauditas, assim como os brasileiros, defendem uma transição energética justa e equilibrada,” disse o ministro.

O inusitado do movimento é a preocupação com os aspectos sociais da mineração, algo que não costuma combinar com a Arábia Saudita.

Esse discurso tem sido a bandeira da delegação brasileira no Future Minerals Forum, o evento de mineração que começou hoje aqui.

O Brasil participa do fórum pela primeira vez, com uma delegação de 70 pessoas, entre membros do governo e da iniciativa privada. Entre as empresas presentes estão a Vale e a Sigma Lithium.

A incursão da Ma’aden no Brasil é parte do projeto da Arábia Saudita de diversificação da economia do reino, buscando oportunidades na transição energética – cuja viabilidade, por sua vez, depende de uma série de minerais presentes em baterias e painéis solares, por exemplo.

Assim, com 17 minas em operação, a empresa saudita tem como especialidade a produção de fosfatos e alumínio, alguns dos poucos minerais presentes nas areias da Arábia Saudita.

Enfim, os investimentos externos buscam dar segurança à nova industrialização do país, focada na energia limpa.

Fonte: Brazil Journal