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O líder supremo do Talibã no Afeganistão ordenou aos juízes que apliquem plenamente a lei islâmica.

CASTIGOS EXTREMOS: Líder dos talibãs ordena aplicação da lei islâmica no Afeganistão

Ladrões poderão sofrer apedrejamento, chicotadas, amputação de membros e até condenados à execução pública

O líder supremo do Talibã no Afeganistão ordenou aos juízes que apliquem plenamente a lei islâmica. Isso inclui execuções públicas, apedrejamento, chicotadas e amputação como punição para os ladrões, disse um porta-voz do grupo extremista.

Em um tuíte publicado na noite de domingo (13), o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, disse que a ordem “obrigatória” foi emitida pelo líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, após uma reunião com os juízes.

Akhundzada, que não filmado nem fotografado em público desde que o Talibã retomou o poder em agosto de 2021, governa o país por decreto a partir de Kandahar, uma cidade no sul do país que berço do movimento fundamentalista.

“Examinem cuidadosamente os casos de ladrões, sequestradores e rebeldes”, escreveu o porta-voz, citando as palavras do líder supremo sobre a aplicação da sharia, a lei islâmica.

“Nos casos em que se cumpram todas as condições da sharia (…) estão obrigados a aplicar” o conjunto de sanções previstas, acrescentou ele. Mujahid não estava disponível nesta segunda-feira (14) para apresentar mais detalhes.

O líder supremo fez referência aos crimes considerados mais graves de acordo com a lei islâmica. Para estes crimes estão previstas penas diferentes, como castigos corporais.

Na lista de crimes estão adultério e falsas acusações desse delito, consumo de álcool, roubo, renúncia da religião e rebelião.

Segundo os estudiosos islâmicos é necessário reunir provas suficientes para que aconteça uma condenação por qualquer uma dessas infrações. No caso de adultério, por exemplo, é necessário o testemunho ou confissão de quatro adultos muçulmanos do sexo masculino.

Chicotadas

Vídeos e fotos de chicotadas em pessoas acusadas de diversas infrações nas ruas por membros do Talibã inundaram as redes sociais nos últimos meses.

Em seu retorno ao poder, o Talibã prometeu flexibilizar a aplicação da sharia, mas rapidamente retomou uma interpretação rigorosa do Islã, o que marcou seu primeiro período no poder, entre 1996 e 2001.

“Se eles começarem a aplicar realmente os aspectos mais severos da lei islâmica, vão tentar gerar temor em uma sociedade que progressivamente perdeu o medo após seu retorno ao poder”, explicou Rahima Popalzai, analista jurídico e político consultado pela AFP.

Na semana passada, os talibãs anunciaram a proibição da entrada de mulheres em parques, academias e banheiros públicos. Segundo o analista, “o Talibã, como estrutura teocrática, também quer reforçar sua identidade religiosa entre os países muçulmanos”.

Os ataques dos últimos meses também podem explicar o pedido de aplicação mais rigorosa da sharia, de acordo com Popalzai. “Com os ataques recentes, sua afirmação (de ter estabelecido a segurança no país) questionada, mas eles querem dizer ao mundo: ‘Podemos cumprir nossas promessas'”, avaliou Popalzai.

Em 30 de setembro, um ataque suicida deixou 54 mortos, incluindo 51 meninas. O fato ocorreu em um centro de ensino em Cabul. A escola fica em bairro da minoria xiita hazara. Desse modo, o ataque não reivindicado, mas o Talibã matou seis membros do braço regional do grupo Estado Islâmico.

Nesse sentido, poucos dias depois, em 5 de outubro, uma explosão em uma mesquita do Ministério do Interior deixou quatro mortos.

Fonte: r7