Importações de soja do Brasil pela China caíram em abril, em comparação ao ano anterior
As importações de soja do Brasil pela China caíram 22,2% em abril em relação ao ano anterior, mostraram dados (20), conforme atrasos na colheita, problemas de logística e desembaraço alfandegário prolongado que interromperam os embarques.
A China importou 4,60 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil no mês passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.
As chegadas de soja dos EUA, que é o segundo maior fornecedor da China, caíram 43,7% em abril em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso ocorreu porque os compradores se voltaram para o Brasil em busca de suprimentos.
Essa mudança aconteceu, em parte, devido à incerteza tarifária. Além disso, a guerra comercial entre EUA e China intensificou essa tendência. Dessa forma, o Brasil ampliou sua participação no mercado chinês, enquanto os EUA perderam espaço nas exportações para a China.
As importações totais de soja em abril totalizaram 6,08 milhões de toneladas, o menor valor desde 2015.
No período de janeiro a abril, os embarques vindos do Brasil totalizaram 9,14 milhões de toneladas, uma queda de 42,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O total de chegadas dos EUA nos primeiros quatro meses do ano foi de 12,95 milhões de toneladas, 35,2% a mais do que no ano anterior, segundo os dados.
Sobre as importações totais de soja em abril
As importações de soja da China despencaram em março. Esse foi o nível mais baixo para o mês desde 2008. Isso ocorreu à medida que processadores, cautelosos com tarifas, evitaram os grãos dos Estados Unidos.
Além disso, atrasos na colheita do Brasil reduziram os embarques. Portanto, tanto as preocupações com a guerra comercial quanto os problemas logísticos impactaram o volume importado. Dessa forma, a oferta de soja ficou mais restrita no mercado chinês.
As importações totais do mês atingiram 3,5 milhões de toneladas, 36,8% abaixo do mesmo período do ano passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.
De janeiro a março, as chegadas da oleaginosa ao maior comprador de soja do mundo totalizaram 17,11 milhões de toneladas, uma queda de 7,9% em relação aos 18,58 milhões de toneladas do ano anterior, mostraram os dados.
O número ficou abaixo das previsões de analistas e traders para o primeiro trimestre, de 17,3 milhões a 18,0 milhões de toneladas.
Guerra comercial
“O mercado estava preocupado com uma guerra comercial depois que Trump assumiu o cargo. Além disso, com as expectativas de uma safra abundante no Brasil, a maioria dos pedidos foi de soja brasileira.” Assim disse a analista Rosa Wang, da agroconsultoria JCI, sediada em Xangai.
Wang disse que o atraso na colheita e um engarrafamento no Brasil, o maior fornecedor da China, aumentaram a pressão sobre as importações em março.
O comércio de soja não escapou da guerra comercial sino-americana. A China aumentou as tarifas sobre todas as importações dos EUA para 125% em resposta à ação tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.
Isso se somou às taxas de 10% a 15% impostas no início de março sobre cerca de US$ 21 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios dos EUA, elevando as tarifas sobre a soja dos EUA para 135%.
A escalada acelerou uma mudança em direção aos suprimentos brasileiros. As esmagadoras de soja chinesas garantiram pelo menos 40 cargas de soja brasileira somente na primeira metade da semana passada, informou a Bloomberg.
Analistas esperam que as importações de soja atinjam recorde de 31,3 milhões de toneladas em abril-junho, impulsionadas pela chegada de grãos recém-colhidos da safra abundante do Brasil.
Os agricultores brasileiros haviam colhido 89,09% da safra de soja 2024/2025, contra 85,13% no mesmo período da temporada passada, informou a empresa de consultoria Patria Agronegocios.
Em resumo, a China compra soja para esmagar e transformar em farelo para ração animal e óleo para cozinhar.
Fonte: cnn