Essa foi a primeira que vez que volume de negociações internacionais tem esse registro
O Instituto Brasileiro do Feijão e dos Pulses (Ibrafe) informou que, pela primeira vez na história, as vendas externas do feijão brasileiro ultrapassaram a marca das 200 mil toneladas. Segundo o presidente do Ibrafe, Marcelo Lüders, o setor desembolsou mais de R$ 1 bilhão com as negociações.
“Se não fosse a exportação ou a possibilidade de exportar, talvez o produtor não tivesse plantado. É para isso que a exportação deve ser trabalhada. Para que o produtor possa investir tranquilamente, gerando excedentes, atendendo o mercado interno e tendo liquidez para continuar produzindo”, afirma.
Ainda de acordo com o Ibrafe, com muitos produtores fora do mercado, houve a espera por momentos de preços melhores. “Se houvesse aqui, no mercado interno, mais três milhões de sacas de feijões para serem escoadas somente dentro do mercado interno, talvez demorasse muito para ser absorvido. Consumidores dirão que, se não tivesse exportado, não teriam pago mais caro durante o ano pelo feijão lá no supermercado”, argumenta o presidente.
Diante deste cenário, os produtores se mostraram mais resistentes e os compradores nas lavouras de São Paulo resolveram recuar.
Feijão deve ultrapassar 3 milhões de toneladas – safra 2021/22
Segundo dados divulgados no 2º Levantamento da Safra de Grãos, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2021/22 de feijão deve alcançar 3.103,8 milhões de toneladas, uma alta de 7,9%. Isso se dá mesmo com a redução da área plantada de -0,5% e somando 2.909 milhões de hectares. Ou seja, o que deve impulsionar é a produtividade, calculada em 1.067 kg/ha, um avanço de 8,5%.
O plantio do feijão nessa primeira safra vem se consolidando em todo o país, especialmente com a iminente finalização do período de vazio sanitário em algumas regiões. Bem como, a incidência de bons índices pluviométricos, favorecendo a implantação das lavouras e o desenvolvimento inicial das plantas.
Desse modo, a expectativa, nesse período, é de destinação de área para plantio na ordem de 894,6 mil hectares, considerando os cultivos de feijão-comum cores, feijão-comum preto e feijão-caupi.
Atualmente, o estoque inicial para o ano-safra 2021/22 é de 155,2 mil toneladas, considerado baixo para o abastecimento do mercado até o final deste ano de 2021. Assim, para complementá-lo, durante o período em questão, o mercado ficará na dependência da produção de São Paulo. Aliás, o único estado que concentra a sua colheita (primeira safra) entre novembro e dezembro.
A produção paulista, dessa forma, está estimada em 110,4 mil toneladas, praticamente o mesmo volume registrado na safra anterior. Cabe esclarecer que, com exceção dos demais estados, São Paulo tem a maior parte da produção por meio de irrigação. No entanto, muitos produtores cultivam em regime de sequeiro, suscetível a problemas climáticos.
Fonte: Ibrafe, Agrolin, capitalist