As regras serão válidas a partir do Grammy Awards de 2024, 65 anos após a primeira cerimônia da premiação
O Grammy anunciou (16), um conjunto de normas que visam regular a premiação de músicas geradas com inteligência artificial. As novas regras estabelecidas impõem que apenas criadores humanos serão elegíveis para o Grammy Award, considerada a premiação mais importante da indústria musical.
Isso não significa que a tecnologia está completamente banida da premiação. Assim, canções que possuem elementos gerados por inteligência artificial ainda poderão ser nomeadas para as categorias e ganhar um troféu. Mas é necessário que haja uma prova de que uma pessoa real “contribuiu significativamente” para a produção da obra.
“Se houver uma instrumentação ou voz gerada por inteligência artificial cantando a música, vamos considerá-la”, explica Harvey Mason Jr., CEO da Academia de Gravação. “Mas em uma categoria de composição, [a música] tem que ter sido escrita principalmente por um humano”. Continua, afirmando que a academia se compromete em abordar a IA, e não “minimizá-la”.
Com isso, obras completamente geradas por inteligência artificial não poderão concorrer nas próximas edições do Grammy. As regras serão válidas a partir do Grammy Awards de 2024, 65 anos após a primeira cerimônia da premiação.
Aliás, outras regras anunciadas pela Academia de Gravação também estão relacionadas à contribuição de pessoas para serem elegíveis a uma indicação. Além disso, os criadores agora deverão ter, pelo menos, 20% de contribuição em um álbum para nomeados ao “Álbum do Ano”, uma das categorias mais importantes da premiação.
Música e inteligência artificial
Não é segredo que a inteligência artificial teve um grande aumento de popularidade nos últimos meses. E parte desse “boom” de fama ocorreu por conta da acessibilidade dos serviços baseados nessa tecnologia, como o ChatGPT e Dall-E, que são modelos generativos, capazes de elaborar textos, poemas, músicas, histórias e até mesmo imagens.
Atualmente, também é possível encontrar ferramentas de inteligência artificial capazes de gerar música e imitar voz de pessoas com base em treinamentos a partir de uma amostra. Paul McCartney anunciou recentemente que irá lançar uma canção inédita dos Beatles que utiliza a IA para recriar a voz de John Lennon, que morreu em 1980.
Os avanços contínuos da inteligência artificial geram novos debates acerca do uso responsável da tecnologia em todos os cantos do mundo, incluindo o Brasil.
Fonte: Antena 1