O estudo econômico mostra que apenas 6% da população no Brasil guardou dinheiro durante a pandemia de Covid-19, por conta do futuro
Quase nove em cada dez brasileiros afirmam ter cautela em relação à própria situação financeira atual e ao futuro econômico do país, foi o que apontou um estudo econômico da empresa GfK e da NielsenlQ, com informações divulgadas na última segunda-feira (11).
Os estudos apontam que a cautela econômica no Brasil é 45% maior do que a média global. Segundo os dados, existe um recuo gradual na participação dos brasileiros mais pobres na economia do país.
A análise aponta que o consumo no país é sustentado majoritariamente pela população de alta renda, grupo menos afetado pelo coronavírus.
As pesquisas mostram que apenas 6% da população no Brasil guardou dinheiro durante a pandemia de Covid-19 e, consequentemente, sente-se segura financeiramente.
Desse modo, outros 8% dizem que se enquadram em um cenário inalterado durante a crise sanitária, onde se mantiveram com o mesmo poder de compra. Portanto, a outra parcela da população está cautelosa com a situação financeira pessoal.
Futuro econômico do Brasil
“De forma geral, mais de 80% da população no Brasil é muito suscetível aos problemas domésticos e internacionais. Nós temos a pandemia, a guerra na Ucrânia agora, tudo isso vai minando o poder de compra dessas pessoas”, disse Jonathas Rosa, executivo da NielsenIQ.
Contudo, o levantamento da GfK destaca que 56% das pessoas das classes altas adquiriram bens duráveis (TVs, refrigeradores, lavadoras) no período de outubro a dezembro de 2021.
Além da guerra na Ucrânia, economistas relatam ainda a instabilidade da economia brasileira no momento. Eles citam, por exemplo, a alta da inflação. Portanto, na última sexta-feira (8), o IPCA atingiu o maior patamar para o mês de março desde 1994.
Dessa forma, Ooprofessor e economista do Ibmec, Christiano Arrigoni, explicou que os problemas econômicos são responsáveis pelo pior resultado do país, em comparação com os outros países.
“O mercado de trabalho no Brasil está pior que a média mundial, com uma menor e mais precária recuperação do emprego e maior desemprego. A inflação também subiu mais no Brasil do que na média mundial”, disse o professor.
“Os fatos fazem os trabalhadores ficarem mais preocupados com o futuro, pois há uma maior chance de perder o emprego e de ter a renda real reduzida pela inflação”, concluiu.
Fonte: Sindsegprm, Contábeis