Dólar acumulou queda de 10,7% e fechou a sexta-feira (18) a R$ 5,0157, nesta segunda-feira, negociado abaixo de R$ 5 e quarta (23) a R$ 4,84
O dólar está perdendo força em 2022. No ano, a moeda norte-americana acumulou queda de 10,7% e fechou a sexta-feira (18) a R$ 5,0157. Na segunda foi negociado abaixo de R$ 5.
No entanto, o dólar segue pelo terceiro dia consecutivo sendo negociado em queda nesta quarta-feira, 23, com a moeda a R$ 4,84 reais, queda de 1,35%. O patamar é o mais baixo desde março de 2020, quando fechou em R$ 4,81.
Movimento é, portanto, resultado do alto volume de investimento estrangeiro no Brasil em razão da trajetória de alta da Selic e com o diferencial de juros em relação a outras economias, mesmo com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Das 25 economias acompanhadas pelo Economática, o dólar perde valor em dez países, e se valoriza em 15.
Real frente ao dólar
O alto volume de investimento estrangeiro que o Brasil vem, portanto, recebendo é um dos fatores que impulsiona a valorização do real frente ao dólar. A bolsa de valores de São Paulo, a B3, registra uma alta de 7,70% nesses investimentos em 2022.
De forma simples, a regra segue a lei da oferta e demanda: se o investidor de fora coloca mais dólares na economia brasileira, haverá um volume maior da moeda por aqui. E quanto maior a oferta, menor o preço.
Neste ano, o investimento estrangeiro na bolsa passa dos US$ 50 bilhões.
Aumento dos preços das commodities
O aumento dos preços das commodities no mercado internacional também fortalece o real, uma vez que há um forte ingresso de dólares no país com a venda de produtos, como soja, minério de ferro e petróleo, explicou André Perfeito, economista-chefe da Necton.
O preço do barril de petróleo teve média de US$ 44 em 2020 e chegou a US$ 70 no ano seguinte. O agravamento do conflito na Rússia deu novo impulso aos preços do insumo, que agora passam de US$ 100.
Taxas de juros
A alta da Selic também atrai estrangeiros para o Brasil, via investimentos em renda fixa. Depois da última decisão do Copom, o Brasil voltou a ter o maior juro real (descontada a inflação) do mundo – pagando, assim, um retorno atrativo ao capital externo.
Fontes: Acinh, Investidor, Biz