O glaucoma geralmente surge a partir dos 40 anos e está em ascensão no Brasil por causa do rápido envelhecimento da população
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 40% da população global tem alguma alteração no sono, o mais grave é que uma pesquisa recém-divulgado pelo BMJ (British Medical Journal) revela que os distúrbios do sono aumentam o risco de glaucoma, maior causa de cegueira definitiva no mundo. Assim, realizado com 409.053 participantes de 40 a 69 anos por pesquisadores do UK Biobank, maior banco de dados genéticos e de saúde do Reino Unido.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier de Campinas, o glaucoma geralmente surge a partir dos 40 anos e está em ascensão no Brasil por causa do rápido envelhecimento da população.
Aliás, a estimativa do IBGE é de que hoje 40% dos brasileiros estão nesta faixa etária. Assim, em 2040 a projeção é de que 52% tenham 40 anos ou mais. Sendo assim, o oftalmologista ressalta que o glaucoma degenera as células fotossensíveis da retina e do nervo óptico. Portanto, estas alterações são causadas pelo aumento da pressão interna do olho. “A pressão intraocular sobe por falha no escoamento do humor aquoso, líquido que é produzido constantemente e preenche o globo ocular”, explica.
Distúrbios do sono e o glaucoma
Para Queiroz Neto, os distúrbios do sono desregulam a produção da adrenalina e cortisol, hormônios que nos mantêm em estado de alerta, e da melatonina, hormônio indutor do sono. Resultado: “os distúrbios do sono elevam a ansiedade e a depressão, importantes gatilhos do aumento da pressão intraocular e da pressão arterial, outro fator de risco para o agravamento do glaucoma”, salienta.
Por isso, se você ronca, tem sonolência durante o dia, dorme pouco ou muito deve acompanhar a saúde de seus olhos com um oftalmologista e paralelamente passar por higiene do sono.
Engana-se quem pensa que dormir 12 horas é bom para a saúde. Contudo, os pesquisadores do UK Biobank concluíram na pesquisa que a insônia, dormir pouco ou muito aumentam em 13% o risco de glaucoma. No entanto, a sonolência diurna e roncar aumentam em 10%. Além disso, a pesquisa também aponta que o ideal para a saúde é dormir entre 6 e 7 horas/dia.
Tipos de glaucoma
Queiroz Neto afirma que casos de glaucoma na família também aumentam o risco de desenvolver a doença. Entretanto, em 90% dos casos, o glaucoma é de ângulo aberto, considerado crônico, mais frequente entre afrodescendentes e totalmente assintomático.
Por isso, mutas pessoas só descobrem em estágio avançado e acabam precisando usar vários colírios para manter a pressão intraocular sob controle. Outros 10% são glaucoma de ângulo fechado, caracterizado por forte dor súbita, vermelhidão, náuseas e vômito. Aliás, é mais frequente em asiáticos que tem a câmara anterior do olho mais estreita, altos míopes e usuários contínuos de medicamentos que dilatam a pupila.
Prevenção
As orientações do oftalmologista para quem tem glaucoma ou casos na família são:
- Pratique exercícios aeróbicos como natação, caminhada ou corrida pelo menos 3 vezes na semana;
- Beba água com moderação;
- Evite tocar o bico dosador do colírio nos olhos;
- Use apenas uma gota de cada colírio;
- Evite tocar instrumentos de sopro.
- Mantenha a glicemia sob controle;
- Faça o acompanhamento da pressão arterial;
- Controle as noites de sono;
- Desligue seus equipamentos à noite;
- Não adie a cirurgia de catarata. Ela pode melhorar seu sono e lhe livrar dos colírios.
Fonte: olhardigital