No momento, você está visualizando BC eleva Selic a 14,75%, maior patamar em quase 20 anos
Copom elevou Selic a 14,75%. Este é o maior patamar em quase vinte anos Foto: Gov.br/Alexandre Macieira

BC eleva Selic a 14,75%, maior patamar em quase 20 anos

Copom elevou Selic em 0,50 p.p.; decisão está em linha com expectativa do mercado

Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic em 0,50 ponto percentual (7), levando a Selic a 14,75% ao ano. A decisão foi unânime.

Este é o maior patamar da taxa básica de juros para a economia brasileira em quase 20 anos. Ou seja, a última vez em que a Selic esteve neste patamar foi em julho de 2006.

Esta foi a sexta reunião seguida de aperto monetário. Em outras palavras, pela primeira vez desde o início da presidência de Gabriel Galípolo no BC, o forward guidance da decisão não estava “fechado”.

Alta da Selic era esperada

Apesar de haver divergências nas expectativas do mercado, a maior parte dos atores esperavam a alta no patamar definido pela autoridade monetária.

O Banco Central justificou a decisão citando alguns fatores, como por exemplo, cenário marcado por expectativas desancoradas, assim como projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e até mesmo pressões no mercado de trabalho.

“Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”.

No comunicado, o BC não confirmou o fim do ciclo de altas em razão do cenário de grande incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e dos seus impactos ainda em observação, o que “demanda cautela adicional na atuação da política monetária, assim como flexibilidade para incorporar informações que impactem a dinâmica de inflação”.

Próxima reunião do Copom

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária está marcada para os dias 17 e 18 de junho deste ano. O Copom ainda comunicou que diminuiu a projeção para a inflação e prevê o IPCA em 3,6% em 2026.

A autarquia também destacou que o ambiente externo mostra-se adverso, ou seja, incerto em função da política econômica nos Estados Unidos. Isso se deve principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos.

“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”.

Riscos inflacionários

O comunicado do BC também ressaltou que os riscos inflacionários, para alta ou queda, estão mais elevados que o usual. Os fatores, porém, estão equilibrados.

Para riscos de alta da inflação, o Copom destacou a desancoragem das expectativas por período mais prolongado, maior resiliência da inflação de serviços do que o projetado e conjunção de políticas internas e externas.

Já para riscos de queda da inflação houve citação da eventual desaceleração da economia de forma mais acentuada que o esperado, perda de fôlego das atividades globais de forma mais pronunciada e redução do preço de commodities.

Fonte: cnn