No Brasil, os estados de São Paulo e Minas Gerais foram os que mais produziram tangerina em 2021
Mexerica, ponkan, bergamota, carioquinha, mimosa… tangerina, esta fruta é, ao mesmo tempo, um sucesso de público e faz parte de uma família no mínimo “confusa”. Ela é “mãe” da laranja e também cruzou com ela para dar origem a outras espécies do grupo.
É o caso da murcote, que é um tangor, nome que indica os frutos do “casamento” da tangerina com a laranja (“tangerine” e “orange” em inglês).
“A murcote foi originada na Flórida e introduzida em São Paulo na década de 1970. Veio para complementar, porque a época de produção dela é tardia, (começa a dar frutos) logo depois da ponkan”. Explica Orlando Sampaio Passos, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
O Brasil produziu 1 milhão de toneladas de tangerina em 2021 e é o 5º maior produtor da fruta, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os líderes são China, Espanha, Turquia e Marrocos.
No Brasil, os estados de São Paulo e Minas Gerais foram os que mais produziram tangerina em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A tangerina pede clima mais frio e altitudes mais elevadas. Por isso, os estados da região Sudeste são os maiores produtores. Mas existem regiões do Nordeste, como a Chapada Diamantina, em que as tangerinas têm uma qualidade bastante interessante”, diz Orlando.
Vários nomes
E a tangerina pode ser chamada de mexerica, bergamota, carioquinha, mimosa e vários outros nomes. De acordo com a pesquisa Atlas Linguístico do Brasil, que perguntou em 2014 qual nome os brasileiros davam para ela. Essa confusão acontece, em parte, porque frutas diferentes estão nesse pacote.
“O grupo de tangerinas, diferentemente do grupo de laranjas, tem espécies diferentes”, diz José Dagoberto de Negri, engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico (IAC), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Tem tangerinas normais, mexericas-do-Rio, clementinas e, no mesmo grupo, os híbridos de tangerinas com alguma coisa”.
As árvores dessas variedades são muito produtivas e podem dar bem mais frutas que as laranjeiras, por exemplo. Mas o pé pode não ter nutrientes para as tangerinas crescerem tanto. Por isso, é comum que produtores derrubem parte delas propositalmente, num processo chamado de raleio ou desbaste.
“Onde há três ou quatro frutos juntos, formando uma penca, você mantém o que está mais bem localizado, mais coberto com folhas para não pegar sol intenso. E os outros você joga fora ou, se quiser, faz óleo de casca ou usa como adubo”, explica De Negri.
Fonte: g1