Brasil e China firmam swap cambial (13)
Com o objetivo de fornecer mais liquidez ao mercado financeiro em momentos de necessidade, Brasil e China firmam swap cambial. Ou seja, o Banco Central do Brasil (BC) e o Banco Popular da China (PBoC) assinaram (13) um acordo de swap (troca) de moedas. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e sua contraparte chinesa, Pan Gongsheng, assinarão o documento em Pequim.
Conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), o valor em aberto das operações não poderá ultrapassar R$ 157 bilhões, e elas terão validade de cinco anos.
O Banco Popular da China receberá reais. Dessa forma, creditará o valor equivalente à moeda brasileira em dólares. Esse valor ficará numa conta especial de depósito aberta em seu nome no Banco Central brasileiro. Logo, o dinheiro só poderá ser movimentado conforme as determinações do acordo.
Para garantir o equilíbrio econômico-financeiro das obrigações, o Banco Central observará as taxas de câmbio relativas às duas moedas. Também levará em conta as taxas cobradas nos mercados cambiais nacional e internacional. Além disso, considerará os juros assim como os prêmios de risco das obrigações soberanas, como as taxas de títulos públicos, nos mercados financeiros doméstico e global.
Iniciativas semelhantes
Em nota, o BC ressaltou que pretende firmar mais acordos do tipo com outros países.
“Esses acordos de swap de moedas têm se tornado comuns entre os bancos centrais, especialmente desde a crise de 2007. O BC já tem conversas com outros bancos centrais. Essas conversas têm o objetvo de realizar acordos semelhantes ao que será assinado com o PBoC”, informou o BC em nota.
Segundo o BC, o Banco Popular da China tem 40 acordos semelhantes de swaps de moedas com autoridades monetárias de países como Canadá, Chile, África do Sul, Japão, Reino Unido, assim como com o Banco Central Europeu.
O BC tem um acordo semelhante com o Federal Reserve (ou seja, Fed; o Banco Central norte-americano). Chamado de Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility (FIMA, na sigla em inglês), esse acordo dá a possibilidade de o BC brasileiro acessar dólares americanos oferecendo operações compromissadas (títulos públicos usados para regular a quantidade de dinheiro em circulação da economia). Em contrapartida, o BC recebe títulos do Tesouro norte-americano.
Agenda
Por fim, Galípolo acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem ao país asiático. Além de assinar o acordo de swap nesta terça, o presidente do BC deve participar de um seminário sobre títulos públicos internacionais da China, chamados de Panda Bonds, na quinta-feira (15).
Fonte: Ag. Brasil