Yeltsin liderou a prova de ponta a ponta no Estádio Olímpico e terminou com a marca de 3min57s60
Está marcado na história do paradesporto brasileiro. Nesta segunda-feira (30), o sul-mato-grossense Yeltsin Ortega Jacques venceu os 1.500 metros rasos da classe T11 (deficiência visual) na Paralimpíada de Tóquio-2020. Ainda mais, quebrou o recorde mundial da prova e conquistou a 100ª medalha de ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos.
Assim saiu o segundo ouro na capital japonesa do paratleta contemplado pelo Bolsa Atleta. Isto é, programa do Governo do Estado, administrado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).
Acompanhado pelo atleta-guia Antônio Carlos dos Santos (Bira), Yeltsin liderou a prova de ponta a ponta no Estádio Olímpico e terminou com a marca de 3min57s60, com longa vantagem em relação ao segundo colocado. Em seguida, a prata foi para o japonês Shinya Wada (4min05s27) e o bronze ficou com o russo Fedor Rudakov (4min05s55).
Além de colocar sua segunda medalha dourada no peito, o campo-grandense de 29 anos estabeleceu novo recorde mundial e paralímpico nos 1.500 metros, que vinha desde Londres-2012. Anteriormente, a marca era de 3min58s37, atingida pelo queniano Samwel Kimani.
Liderou com folga
Determinado, logo após a largada saiu na frente na segunda raia e adotou ritmo forte desde o início da disputa, distanciando-se confortavelmente dos adversários logo no final da primeira volta.
O fundista sobrou e em nenhum momento foi ameaçado, mirando, portanto, na quebra do recorde mundial. A vantagem foi tão grande que em vários momentos os demais competidores sequer apareciam na transmissão televisiva.
A motivação do campo-grandense Yeltsin
Antes de tudo, a busca pelo recorde e pela centésima medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos esteve nos pensamentos de Yeltsin desde o despertar pela manhã. “Hoje de manhã o Bira me falou isso e me deu motivação: ‘A gente tem chance de fazer história mais uma vez, centésimo ouro do Brasil na história das Paralimpíadas’. Eu falei: ‘É por duas coisas. Primeiro, para subir o Brasil no quadro de medalhas e segundo, é para construir essa história’”, revelou o atleta.
“Emocionante, fantástico, indescritível. Não sei até agora descrever o que estou sentido, a ficha ainda não caiu. Peguei meu celular para rever a prova e me emocionei de novo”, descreveu Yeltsin, que ainda terá a chance de subir pela terceira vez ao pódio na Tóquio-2020. O paratleta de Mato Grosso do Sul participará da maratona da classe T12 no próximo sábado (4), a partir das 17h50 (horário de MS).
Ft: GovernoMS