O musical conta a história da juventude do confeiteiro de “A fantástica fábrica de chocolate”
Para a atriz ganhadora do Oscar Olivia Colman (“A favorita), o cineasta Paul King era “a escolha certa” para dirigir “Wonka”. Ao que parece, ela também não está errada.
Assim o musical, que conta a história da juventude do confeiteiro de “A fantástica fábrica de chocolate” (do livro ou dos filmes), estreou na última quinta-feira (7) com aprovação dos críticos e do público.
Aliás, tanto que conseguiu o topo da bilheteria nacional no fim de semana, com R$ 10 milhões arrecadados e tem agora uma projeção de US$ 35 milhões (R$ quase 174 milhões) em seu lançamento nos Estados Unidos.
A declaração de Colman até pode ser apenas mais uma fala de um roteiro antigo, no qual membros do elenco elogiam seus diretores, mas ela explica.
“Por causa dos filmes do ‘Paddington’ dele, que são tão amados, particularmente no Reino Unido. Ele faz filmes que são obras de arte muito grandes, lindos, de velha guarda”, afirma a atriz, uma das vilãs de “Wonka”, em entrevista.
Ela se refere a “As aventuras de Paddington” (2014) e “Paddington 2” (2018), duas adaptações dos livros estrelados pelo ursinho tão querido na Inglaterra.
Wonka por Paul King: Resenhas positivas
As obras talvez não sejam tão conhecidas deste lado do Atlântico, mas a continuação ganhou fama própria ao ostentar um placar perfeito por mais de três anos no site agregador de críticas Rotten Tomatoes.
Além disso até hoje, são 251 resenhas positivas e apenas duas negativas.
“Existem muitos cineastas incríveis, mas não há muitos que fazem filmes tão grandes e suntuosos quanto ele faz. Há tanto amor e empatia nos filmes do ‘Paddington’, que ele foi a escolha certa para este. Acho que ele fez um trabalho lindo. Ele é um perfeccionista.”
A seu lado, a jovem Calah Lane concorda. No filme, ela interpreta uma menina que, apesar de presa pela maligna personagem de Colman, se torna a melhor amiga do Wonka interpretado por Timothée Chalamet (“Duna”).
“(King) gosta da troca. De se certificar que estamos confortáveis. Se sentimos que isso deve acontecer ou não deve. Ele não é daqueles que dizem: ‘Você tem que fazer isso e nós vamos fazer isso’.”
A bobice reina
“Wonka” inventa uma origem para o esquisito e misterioso personagem criado por Roald Dahl no livro de 1964 e eternizado por Gene Wilder no filme de 1971, a versão de Johnny Depp, de 2005, não tem tanta influência.
No roteiro de King e de seu parceiro em “Paddington 2” (2017), Simon Farnaby. O jovem Willy Wonka chega a uma cidade vagamente europeia da metade do século 20 após um período como chef em um navio.
Portanto, para realizar seu sonho de abrir a melhor loja de chocolates do mundo, ele precisa usar de toda sua inventividade para superar os obstáculos colocados por um cartel de confeiteiros locais e escapar das garras de uma vilã
Assim, o clima meio desenho animado, meio mágico, lembra muito a inocência e o otimismo das aventuras do ursinho. No centro de tudo, um sentimento muito querido para o britânico de 45 anos nascido nos Estados Unidos.
“É ‘bobice’. Acho que bobice é uma qualidade incrivelmente subestimada. É algo que todos compartilhamos na vida, com nossos amigos e nossa família, quando estamos todos meio de palhaçada. Às vezes, esquecemos quão divertido e contagiante pode ser na tela.”
“Qualidade completamente contagiante e maravilhosa”
Revelado ao dirigir a série cômica “The Mighty Boosh”, pela qual foi indicado como melhor novo diretor ao prêmio da Academia britânica em 2005, King lançou seu primeiro filme em 2009.
Inclusive, “Bunny e o touro” era estrelado por um jovem Farnaby e contava com participações de outros amigos de sua carreira, como Richard Ayoade (“A incrível história de Henry Sugar”, outra adaptação de Dahl) e Noel Fielding (“The Great British Bake Off”).
Cinco anos depois, ele estreava “As aventuras de Paddington”. Tudo recheado da bobice que ele tanto valoriza, como um treino para “Wonka”.
Aliás, nada mais bobo que botar uma peruca verde em um ex-galã como Hugh Grant (“Simplesmente amor”) e pintá-lo de laranja para dançar como um Oompa-Loompa.
“Você não pode embarcar em uma coisa como a adaptação do universo de Roald Dahl sem ter uma noção bem forte do absurdo. E eu acho que o prazer de seus livros é que eles são tão inesperados e estranhos e bobos. É uma qualidade completamente contagiante e maravilhosa.”
Fonte: G1