Embora a maioria dos líderes mundiais tenham repudiado a invasão no conflito com a Ucrânia, os russos encontra suporte de alguns antigos aliados
Antes mesmo de lançar uma invasão total da Ucrânia, a Rússia já vinha encarando reações de líderes mundiais de diversos países. Desde quando os movimentos do presidente russo, Vladimir Putin, de intensificar a presença de tropas na fronteira com a Ucrânia começaram, Estados Unidos e parte da Europa têm condenado as atitudes.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan, aliança militar do Ocidente que conta com 30 membros, tem, inclusive, fornecido apoio logístico e militar à Ucrânia. Além disso, as reuniões convocadas em caráter de emergência do Conselho de Segurança da ONU. E o posicionamento de embaixadores de todo o mundo deixam claro que Putin parece estar um tanto quanto isolado em termos geopolíticos.
No entanto, o líder russo conta com o apoio de alguns aliados. Países que já dependeram ou precisaram da ajuda da Rússia em outros momentos decisivos da história se solidarizaram com a decisão de Putin de invadir a Ucrânia.
Embora nenhuma nação tenha declarado apoio militar à Rússia com o envio de armamentos ou contingentes, alguns líderes mundiais já declaram abertamente que apoiam o país diante das tensões no Leste Europeu.
Belarus no conflito com a Ucrânia
Belarus tem uma posição estratégica muito importante no Leste Europeu, pois faz fronteira tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Por esta razão, Putin aproveitou os laços com o presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, para conduzir testes militares no país.
Os exercícios das tropas russas em Belarus elevaram as tensões sobre um possível conflito com a Ucrânia. Já que o país poderia servir como caminho para o transporte das forças ao território ucraniano. Soldados russos foram mobilizados na fronteira bielorrussa-ucraniana e até chegaram a entrar na Ucrânia com o apoio do governo de Belarus.
Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi incisivo ao declarar apoio aos movimentos de Putin na Ucrânia. Maduro afirmou que tem “certeza de que a Rússia sairá dessa batalha unida e vitoriosa” e declarou “todo o apoio ao presidente Putin e seu povo”.
Sem apresentar provas, o presidente venezuelano disse que a Otan planeja cercar a Rússia e destruir o país.
Nicarágua
Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, foi um dos primeiros líderes mundiais a apoiar publicamente a posição da Rússia sobre a Ucrânia. Ortega disse que Putin estava certo ao reconhecer duas regiões separatistas do leste da Ucrânia como independentes.
“Tenho certeza de que, se eles fizerem um referendo como o realizado na Crimeia, as pessoas votarão para anexar os territórios à Rússia”, disse Ortega, um oponente de longa data da influência dos EUA na América Central.
Cuba
Embora tenha defendido uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia, a Cuba criticou fortemente os EUA por imporem “a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação Russa”. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores cubano disse que os EUA aumentaram as ameaças contra Putin e por isso agravaram a crise.
“O governo dos EUA vem ameaçando a Rússia há semanas e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma ‘invasão maciça iminente’ da Ucrânia. Forneceu armas e tecnologia militar, enviou tropas para vários países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas e ameaçou outras represálias”, diz o comunicado.
Síria
Em pronunciamento na TV estatal, o ministro das Relações Exteriores da Síria apoiou a decisão de sua aliada Rússia de reconhecer duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.
“A Síria apoia a decisão do presidente Vladimir Putin de reconhecer as repúblicas de Luhansk e Donetsk e cooperará com elas”, disse Faisal Mekdad.
A Síria tem sido uma forte aliada de Moscou desde que a Rússia lançou uma campanha de ataque aéreo na Síria em 2015 e ajudou a virar a maré em uma guerra civil em favor do presidente Bashar al-Assad.
Irã
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, por telefone nesta quinta-feira (24) que a expansão da Otan era uma “séria ameaça” à segurança e estabilidade da região.
O país asiático não tem relações diplomáticas com os EUA desde a Revolução Iraniana de 1979.
China
O presidente Vladimir Putin tem tentado se alinhar cada vez mais à China. Mas, neste momento, os chineses não se posicionaram concretamente ao lado da Rússia em relação ao conflito na Ucrânia.
O governo chinês, no entanto, evita classificar o movimento de Putin como “invasão”. E chegou, portanto, a culpar os EUA por “exagerar” na perspectiva de expansão da Otan para o Leste Europeu.