Nesta quinta-feira (24), o presidente Donald Trump, afirmou que as tarifas de 50% são para países onde o relacionamento com os EUA não está indo bem, entenda a seguir
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (24) que aplicou tarifas de 50% a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”. Embora não tenha sido citado diretamente, o Brasil está entre eles.
No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Lula (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Todavia, ele justificou a medida com argumentos políticos e comerciais. Relembre mais abaixo.
Sobretudo, nesta quinta-feira, durante evento em Washington D.C, Trump afirmou que estabeleceu tarifas que variam de 15% a 50% para pressionar outros países a abrir seus mercados.
“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, afirmou.
Por outro lado, em abril, Trump divulgou uma lista com todos os países que receberiam tarifas recíprocas, em um episódio que ficou conhecido como “tarifaço”. Na época, o Brasil havia sido taxado em 10%. Já o Lesoto enfrentava uma tarifa de 50%.
Mais recentemente, o presidente dos EUA publicou cartas em uma rede social confirmando as tarifas para alguns países. Segundo ele, a medida entra em vigor a partir de 1º de agosto. Veja a lista de afetados:
- África do Sul: 30%
- Argélia: 30%
- Bangladesh: 35%
- Bósnia e Herzegovina: 30%
- Brasil: 50%
- Brunei: 25%
- Camboja: 36%
- Canadá: 35%
- Cazaquistão: 25%
- Coreia do Sul: 25%
- Filipinas: 20%
- Indonésia: 32%
- Iraque: 30%
- Japão: 25%
- Laos: 40%
- Líbia: 30%
- Malásia: 25%
- México: 30%
- Mianmar: 40%
- Moldávia: 25%
- Sérvia: 35%
- Sri Lanka: 30%
- Tailândia: 36%
- Tunísia: 25%
- União Europeia: 30%
Tarifa para o Brasil
Sobretudo, o anúncio de Trump sobre a tarifa de 50% ao Brasil afirmou que a decisão de aumentar a taxa deveu-se “em parte aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu Trump.
Ainda na carta, Trump também mencionou Jair Bolsonaro e voltou a dizer que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas”.
Por fim, o presidente americano afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.
Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos. Contudo, ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual).
Desde então, o governo brasileiro tem se reunido com empresários e avalia como reagir à medida anunciada por Trump. O presidente Lula já criticou o republicano em diversas ocasiões e disse que ele “não foi eleito para ser o imperador do mundo”.