Pequenos hábitos, por mais corriqueiros que possam parecer, são capazes de auxiliar significativamente na manutenção da saúde
Muitas vezes um hábito simples pode fazer toda a diferença para a saúde como um todo, isso se comprova com a descoberta de que subir diariamente 50 degraus de escada reduz o risco de doenças cardiovasculares em 20%, de acordo com um novo estudo publicado na revista Atherosclerosis Journal.
“Figurando como a principal causa de morte no Ocidente e entre as maiores responsáveis pela ocorrência de infartos e AVC’s, a aterosclerose caracterizada pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de placas de gordura em seu interior. Assim prejudicando o fluxo sanguíneo adequado”. Explica a cirurgiã plástica membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, Beatriz Lassance.
Estudo
No estudo, os pesquisadores coletaram dados de 450 mil adultos, que tiveram sua suscetibilidade a doenças cardiovasculares calculada com base no histórico familiar e fatores de risco estabelecidos. Além disso, os participantes entrevistados sobre seu estilo de vida e a frequência com que subiam escadas. Um acompanhamento também realizado após 12 anos. Com isso, foi possível concluir que subir mais escadas diariamente é capaz de reduzir o risco de aterosclerose independentemente da suscetibilidade do indivíduo à doença. “O estudo mostrou que pequenas sessões de subida de escada com alta intensidade são uma maneira eficiente de melhorar o condicionamento cardiorrespiratório e o perfil lipídico, principalmente para quem não consegue atingir as recomendações diárias ideais de atividade física. Assim destacando o hábito como uma medida preventiva acessível contra a aterosclerose para a população em geral”, destaca.
Subir Degraus Doenças Cardiovasculares
Beatriz Lassance explica que esse não é o único benefício do hábito que, inclusive, faz parte das recomendações pré-operatórias que a cirurgiã plástica faz aos seus pacientes como forma de ajudar a combater a inflamação comum de procedimentos cirúrgicos, por exemplo. “Subir escadas é uma maneira de gastar a energia produzida pelas mitocôndrias. Que são organelas que existem dentro das nossas células e são responsáveis por transformar glicose em energia. Se essa energia não é gasta, há um acúmulo de radicais livres nas células que ameaça sua sobrevida.
Então, o DNA elimina essa mitocôndria, gerando resíduos como radicais livres e outras substâncias que favorecem a inflamação do organismo como um todo”, diz a médica, que afirma que esse quadro inflamatório afeta os vasos sanguíneos, favorecendo doenças cardiovasculares, o cérebro. Predispondo a doenças neurológicas como Alzheimer, aumenta a incidência de câncer e diabetes e prejudica a pele, interferindo na cicatrização e na recuperação pós-operatória. “Em contrapartida, se utilizamos a energia produzida, uma quantidade adequada de radicais livres formada e mais mitocôndrias geradas. Esse é o melhor sistema antioxidante que podemos ter.”
E a especialista ressalta que não é só subir escadas. Andar, dançar, pular corda, passear com o cachorro, brincar com os filhos. Vale tudo para combater o sedentarismo, preservar o funcionamento das mitocôndrias e contribuir com a manutenção da saúde. Mas é importante lembrar que essas estratégias não substituem totalmente a prática regular de atividade física, figurando como um complemento, principalmente para aqueles dias em que não conseguimos ir à academia ou praticar um esporte. “Subir escada, aumentar o número de passos por dia ou qualquer outra atividade que faça o corpo se mexer já pode trazer benefícios. Mas o ideal realizar semanalmente 150 minutos de exercícios físicos de intensidade moderada. O que pode ajudar a prevenir uma infinidade de doenças e até reverter casos de diabetes tipo II, hipertensão e depressão”, aponta.
Fonte: em