No último ano, 33 municípios pertencentes ao Cidade Empreendedora foram atendidos com soluções educacionais voltadas para o empreendedorismo
Fomentar o empreendedorismo nas escolas e apresentar aos estudantes o empreender como uma oportunidade de desenvolver novas habilidades, além de possibilidade de carreira. Essas são as principais propostas trabalhadas pelo eixo Educação do programa Cidade Empreendedora – iniciativa executada pelo Sebrae/MS, em parceria com as Prefeituras Municipais dos municípios participantes, com o objetivo de promover o desenvolvimento local.
No último ano, 33 municípios pertencentes ao Cidade Empreendedora tiveram atendimentos com soluções educacionais voltadas para o empreendedorismo. Sendo a principal delas a metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) que contempla o Ensino Fundamental. Por meio deste trabalho, realizado em conjunto com as redes municipais, o Sebrae/MS capacita os professores para que eles possam trabalhar a temática em sala de aula de acordo com a faixa etária e o grau de escolaridade dos estudantes.
Portanto, no total, em 2022, cerca de 38 mil estudantes tiveram benefícios com as iniciativas em cidades participantes do programa. Assim, o que corresponde a 82% do número total de alunos atendidos pelo Sebrae no âmbito da Educação Empreendedora no mesmo período. A instituição também coloca à disposição dos municípios interessados outras soluções em empreendedorismo como palestras e oficinas que abrangem o Ensino Médio.
Empreendedorismo e os estudantes
De acordo com a gestora estadual do programa Educação Empreendedora do Sebrae/MS, Priscila Veloso, são disponibilizadas metodologias e ferramentas pedagógicas adequadas à promoção da competência empreendedora, de forma multidisciplinar integrando conteúdo à prática. Além de trazer novas possibilidades para as crianças, o conteúdo leva em consideração a realidade de cada município. Aliás, o que proporciona o envolvimento da comunidade e a promoção do desenvolvimento.
Dentre os municípios atendidos estão Amambai, Água Clara, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bandeirantes, Caarapó, Camapuã, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Inocência, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Sonora e Terenos.
Transformação nas escolas
Ao aplicar as soluções em educação empreendedora, tanto os professores quanto o corpo técnico das escolas municipais perceberam mudanças no comportamento dos alunos e evolução na forma com que eles enxergam o empreendedorismo e as áreas do conhecimento, já que as atividades incluíram ações multidisciplinares. Uma das instituições de ensino alcançadas foi a Escola Municipal Jamic Polo, localizada na zona rural do município de Terenos (MS). Por meio do JEPP, houve uma transformação na rotina dos estudantes, que passaram a descobrir oportunidades com o empreendedorismo, segundo afirma a diretora da escola, Fernanda dos Santos Martins Hayakawa.
“Tínhamos o grande desafio de desenvolver habilidades e práticas pouco trabalhadas com pessoas que residem em sítios e fazendas. Visualizamos uma luz que veio clarear a ideia e o futuro de muitos jovens. Trata-se do JEPP, projeto que as escolas de Terenos, por incentivo do Departamento de Educação resolveram participar. Os professores conseguiram ensinar o empreendedorismo com maestria, mesmo que muitos deles não sejam empreendedores”, contou Fernanda dos Santos.
A diretora observou de perto a dedicação dos estudantes ao criarem os produtos da chamada “Feirinha do JEPP”, momento em que eles têm a oportunidade de apresentar à comunidade o que teve desenvolvimento em sala de aula, a partir da metodologia de educação empreendedora. Fernanda conta que os estudantes do meio rural descobriram a capacidade de ir além ao fabricar velas. Por exemplo, e ficaram encantados com o mundo do aprender e empreender.
“Pequenos no tamanho, mas gigantes na potencialidade de criar. Eles evoluíram e viram que ao derreter uma base glicerinada e misturar uma essência com ervas abre-se caminho para um grande produto. Viram que o falar e o demonstrar, resulta no empreender. Palavra difícil, que foge ao cotidiano destes pequenos, mas que a capacidade se faz presente. Em uma feira, na própria escola, demonstraram à comunidade que a dificuldade ficou de lado”, concluiu.
Municípios
Já em Rio Verde, as Escolas Municipais Dr. Cesar Galvão, Mariza Ferzelli, Aurelino Ataíde de Brito, José Duailibi e Crescêncio de Abreu também foram destaque na educação empreendedora. Com ações desde a Educação Infantil até a modalidade Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Conforme apontou a coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes (SEMEC), Patrícia Pereira Moisés.
“Na creche, por exemplo, os professores passaram a trabalhar com elementos do Pantanal para a alfabetização, no intuito de que as crianças desenvolvessem a identidade local e pudessem se reconhecer como ‘pantaneiras’. Nas escolas, o trabalho abordado foi a reciclagem e o reaproveitamento de óleo. No EJA, pessoas de idade avançada também resolveram voltar às salas de aula e agora aprendem o que é realmente o empreendedorismo. Facilitando até mesmo no seu orçamento familiar”, detalhou.
Ao implementar projetos voltados para estimular o empreendedorismo em sala de aula, as escolas também impactam na comunidade ao redor. Na Escola Municipal José Duailibi, por exemplo, teve desenvolvimento o projeto “Quintal de Ideias”. Com o objetivo de despertar nos estudantes a ressignificação dos espaços ociosos e a utilização dos frutos regionais que seriam descartados, gerando uma fonte de renda para as famílias.
“Os alunos trabalharam nos espaços ociosos da escola, ornamentando o jardim e criando ‘cantinhos’ com hortaliças e temperos. Aliás, também foram instigados a pensar no que teríamos no bairro, de fácil acesso, que pudesse gerar renda. Perceberam que havia uma grande quantidade de mangueiras com frutos sendo descartados. Eles decidiram utilizá-los na fabricação de doces e polpas, pesquisaram receitas e montaram um livro. Assim, os professores planejaram aulas práticas para os estudantes executassem as receitas selecionadas”, contou a diretora da escola, Sirlei Rodrigues Chagas Benites.
Em 2023, os atendimentos continuam a ser feitos nos municípios que integram o programa Cidade Empreendedora. Mas além disso, as metodologias oferecidas pelo Sebrae voltadas para o âmbito da Educação podem ser aderidas por outras instituições de ensino interessadas, tanto públicas, quanto particulares. Mais informações podem ser obtidas por meio do número 0800 570 0800 ou pelo e-mail educacaoempreendedora@ms.sebrae.com.br.
Fonte: Sebrae