Projetos como esse, que têm boa aceitação pela comunidade, abrem portas para novas ações de fortalecimento dos empreendimentos locais
Para promover o desenvolvimento social, a geração de renda e o empoderamento de indígenas da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, o Sebrae/MS e o Instituto BRF realizaram, de abril a novembro de 2024, o projeto Comunidade Empreendedora.
Dessa forma, o evento de encerramento da iniciativa, promovido sábado (9), na Escola Municipal Tengatuí Marangatu, contou com a entrega de certificados e feira com os produtos e serviços das participantes, além de apresentação cultural do grupo Tradição Terena, brincadeiras para as crianças e atendimentos gratuitos oferecidos em parceria com o Senac, como cortes de cabelo e exames de vista.
“Neste envolvimento da comunidade indígena com o empreendedorismo, buscamos a transformação por meio da inclusão produtiva, oferecendo capacitações que permitam aos participantes desenvolverem seu trabalho com uma visão empreendedora, ampliando sua renda e a de suas famílias. Mas, projetos como esse, que têm boa aceitação pela comunidade, abrem portas para novas ações de fortalecimento dos empreendimentos locais”, destacou o gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas do Sebrae, Jorge Tadeu Veneza.
Com respeito à identidade, tradição e cultura dos indígenas, o projeto valorizou os talentos que eles já possuíam.
“O grupo já sabia produzir certos produtos ou serviços, e o impacto do projeto foi na gestão empresarial como lidar com finanças, definir preços, vender, melhorar a apresentação do produto, atrair clientes, criar uma identidade visual e divulgar. O Sebrae trouxe especialistas em várias áreas para orientações específicas, conforme as necessidades de cada um. Entre os resultados, os participantes conquistaram mais autonomia, segurança e poder de decisão sobre seus negócios”, pontuou a gerente da Regional Sul do Sebrae/MS, Vanessa Reis.
Segundo a coordenadora de Impacto Social do Instituto BRF, Gabriele Candido, o projeto veio complementar o trabalho no segmento da alimentação realizado ano passado pela entidade, em parceria com a Gastronomia Periférica.
“O Comunidade Empreendedora teve o objetivo de fortalecer a autonomia e as habilidades dos empreendedores da Aldeia Jaguapiru, impulsionando negócios que atendem as necessidades locais. Além de gerar oportunidades e renda, ele promoveu o desenvolvimento econômico e social da comunidade, transformando vidas e inspirando um futuro de mais inclusão e bem-estar”, ressaltou.
Sebrae indígenas Dourados
Midian Valério aproveitou ao máximo os cursos oferecidos para fomentar a pastelaria e o comércio de salgados e bolos que possui, inclusive, criou uma página no Instagram para trazer mais visibilidade ao negócio: Tembiù Porã.
“Durante o projeto eu aprendi a principalmente a medir e padronizar os ingredientes, evitando desperdício. Antes eu vendia para os vizinhos, mas confesso que não era muito planejado. O papel do Sebrae é muito importante porque mostra o caminho e você aprende como chegar ao objetivo. Hoje me sinto mais segura e preparada, porque quando você aprende a fazer é diferente, você já tem uma segurança e vai tentando até dar certo”, disse Midian.
Por isso, no caso da produção de artesanato tradicional de Fátima Martins Borges, em que cria colares, brincos e chaveiros com sementes nativas, a precificação correta trouxe uma nova perspectiva sobre a confecção e as demandas de cada etapa do produto.
“Às vezes o cliente pode achar caro, mas no curso eu aprendi a valorizar o meu trabalho, o tempo que eu gasto trançando os fios e furando as sementes, as minhas idas e vindas atrás de material, tudo deve ser considerado. Eu aprendi muito, valeu a pena ter participado desse projeto”, disse Fátima.
Redes sociais
Já Edimara Ortiz de Souza que atua na área da beleza com a Bellastranças e começou a apostar nas redes sociais para divulgar o negócio do Sebrae para os indígenas em Dourados.
“O que me atraiu para os cursos e fez muita diferença no meu negócio foi o aprendizado sobre marketing digital. Há dois anos eu faço tranças nagô, mas não tinha noção de como expor meu trabalho e sentia a necessidade de aprender mais. Hoje isso não é mais problema, sinto que evoluí, aprendi a me comunicar melhor e a promover meu trabalho”, comemorou.
Outras informações sobre as iniciativas do Sebrae voltadas para o empreendedorismo podem ser obtidas por meio da Central de Relacionamento, no número 0800 570 0800.
Fonte: gov.ms
