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Os contos de fada nos fazem acreditar que, para sermos felizes, precisamos necessariamente ter alguém

Saiba o que é o termo Complexo de Cinderela

O termo foi criado pela psicóloga Colette Dowling, em 1981, e explorado em seu livro “Complexo de Cinderela”

O Complexo de Cinderela é um padrão psicológico em que uma pessoa, geralmente uma mulher, sente que precisa depender de outros, especialmente em relacionamentos românticos, para encontrar sucesso e felicidade. O termo foi criado pela psicóloga Colette Dowling, em 1981, e explorado em seu livro “Complexo de Cinderela”*, usando a história da Cinderela como metáfora.

Aos quase 31 anos, decidi me separar por me sentir muito infeliz nesta relação, mesmo sendo com uma pessoa que amava. Lembro que minha primeira noite no novo apartamento ainda vazio e que aluguei às pressas , foi muito difícil.

Ao deitar, me senti muito sozinha. Chorei e comecei a refletir porque estava passando por aquilo. Logo me lembrei que eu já dormia sozinha há muitas noites. Aliás, eu já vivia sozinha há algum tempo, mesmo acompanhada fisicamente.

Esse pensamento mexeu muito comigo. Daquele momento em diante, sempre que pensava sobre estar sozinha, me lembrava que solidão não é, necessariamente, estar sem ninguém ao lado.

Um passo de cada vez para não sentir o baque da solidão

Passei, então, a colocar pequenos desafios em meu dia a dia. Confesso que no início nem sempre foi confortável.

Fui ao cinema sozinha e, por vezes, queria comentar algo com a pessoa ao lado.

Parava em uma cafeteria, tomava o café e saia rapidamente. Afinal o que as demais pessoas acompanhadas pensariam de uma mulher sozinha.

Aos poucos, o desconforto foi passando. Cada vez mais eu experimentava coisas simples com a minha companhia.

Um desafio maior para experimentar a própria companhia

Decidi fazer minha primeira viagem sozinha. Praia ou cidade por 7 dias sozinha poderia ser entediante. Escolhi então um lugar onde eu obrigatoriamente faria passeios em grupo.

Bonito (Mato Grosso do Sul) foi o destino escolhido.

Optei por uma agência que levaria um grupo em excursão e no momento que entrei no avião tive a certeza de que ali iniciava a melhor fase da minha vida.

Voltei de lá com 9 amigas novas (as quais fizemos festas e novas viagens juntas depois disso), esperança renovada e cheia de vontade de saborear a vida, com ou sem companhia.

Essa viagem foi como um retorno para casa: a minha casa interna!

Aprendizados e descobertas sobre a solitude

Estar em contato comigo me fez refletir sobre minhas falhas, mas sobretudo, perceber que tenho muitas qualidades, tantas necessárias para conhecer pessoas novas ou conviver apenas comigo.

Hoje muito se fala em solitude, mas ela vai além de uma palavra bonita para dizer que estamos sozinhos. Ela é esse encontro consigo mesma. É o sabor, às vezes doces e às vezes amargo, de decidir por si com base em sua intuição e desejo… É estar feliz quando está com alguém mas também quando está só você e sua taça de vinho (de água, de suco, de whey protein).

Os contos de fada nos fazem acreditar que, para sermos felizes, precisamos necessariamente ter alguém. A ideia aqui não é descontruir por completo essa imagem.

Pensem no seu bem mais valioso (seja material ou alguém que você ame muito). Você confiaria esse bem para outra pessoa cuidar 100% do tempo? Aposto que sua resposta foi NÃO.

Por que, então, fazemos isso com a nossa felicidade? Entregamos na mão de outras pessoas a decisão de vivermos aquilo que queremos e merecemos.

Nada (e nem ninguém!) substitui a sua própria companhia

Ter companhias (amores, amigos, conhecidos) nos faz mesmo muito bem. As relações saudáveis são excelentes experiências, mas nossa felicidade não pode depender apenas disso.

Depois de Bonito, muitos outros destinos vieram, muitas novas amizades, muitas experiências, aprendizados, erros e acertos…. E eu pude saborear todos eles.

De todos os lugares que conheci nesses 9 anos que se passaram desde a minha separação, o mais incrível foi dentro de mim e, lá, pude perceber o quanto tenho tudo que preciso e que a outra metade da minha laranja também está em mim.

Assim, todas as pessoas que chegam em minha vida, chegam para complementar minha felicidade. Quando elas por alguma razão partem, eu fico triste sim, mas sigo inteira e com tudo o que preciso para continuar escrevendo a minha história.

Fonte: vidasimples