Temperaturas mais baixas favorecem a circulação dos vírus
O início do inverno é motivo de atenção para as doenças respiratórias. As temperaturas mais baixas, registradas em grande parte do país, favorecem a circulação dos vírus. Sobretudo dos causadores de infecções como gripes, resfriados e Covid-19.
Aliás, um dos fatores que provoca o aumento na transmissão das doenças de inverno é o comportamento das pessoas. Elas permanecem mais tempo confinadas em espaços fechados, sem ventilação, com ressecamento das vias aéreas. E assim, pode causar desconforto. Como também, dificultar a respiração. Bem como, piorar quadros de sinusite e bronquite. E ainda mais, de asma e rinite.
Cuidados básicos contribuem para reduzir as chances de infecção e de agravamento das doenças. Incluindo a vacinação contra a gripe e contra a Covid-19.
Pois bem, o otorrinolaringologista Carlos Barone Júnior, do Hospital Federal do Andaraí (HFA), explica como minimizar os efeitos do tempo seco. Bem como, da baixa umidade, que são os principais fatores que contribuem para o aumento da circulação de vírus e fungos no ambiente.
“Cobertores e casacos, que ficam muito tempo guardados no armário, fazem aumentar as doenças de inverno, sobretudo respiratórias. As mucosas nasais ressacadas também contribuem bastante”, disse o médico.
Vacinação contra a gripe
A campanha nacional de vacinação contra a gripe teve início no dia 4 de abril e foi prorrogada até a próxima sexta-feira (24). A iniciativa tem como foco crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores.
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir do dia 25 de junho, estados e municípios poderão ampliar a campanha para toda a população. Sobretudo, a partir de 6 meses de vida. Enquanto durarem os estoques da vacina.
Neste ano, foram distribuídas quase 80 milhões de doses de imunizantes contra a gripe. Desse total, mais de 34 milhões foram aplicadas, de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde disponível na plataforma LocalizaSUS.
Aliás, a vacinação contra a gripe previne o surgimento de complicações decorrentes da infecção pelo vírus influenza. Reduzindo, dessa forma, os riscos de morte e de pressão sobre o sistema de saúde.
Diferenças entre gripe, rinite e Covid-19
As doenças de inverno podem apresentar um conjunto de sintomas semelhantes. Porém, alguns sinais podem ajudar a diferenciar as doenças.
No caso da gripe, os sintomas são mais intensos. E ainda mais, duradouros. E além disso, a febre é alta. Diferentemente dos resfriados, que são mais curtos e com sintomas mais brandos.
No entanto, a rinite provoca espirros em sequência. Além de acontecer, geralmente, em crises que podem se repetir após 4 a 6 horas.
Já a Covid-19 apresenta quadros bastante variáveis de uma pessoa para outra. Quando presentes, a perda do olfato e paladar podem ser duradouras.
Vacinação reduz riscos de Covid-19 grave
Causada pelo vírus SARS-CoV-2, a Covid-19 pode provocar uma grande variedade de manifestações clínicas. O Ministério da Saúde classifica os casos em cinco níveis, de acordo com a severidade: assintomáticos, leves, moderados, graves e críticos.
Os casos leves apresentam sintomas como tosse e o agravamento das doenças respiratórias no inverno. E ainda mais, dor de garganta ou coriza, que podem vir acompanhados ou não de perda do olfato. E também, do paladar, diarreia e dor abdominal. Bem como, febre, calafrios e dor muscular. Além de fadiga e dor de cabeça.
Já os casos moderados podem incluir, além dos sintomas leves, tosse e febre persistentes. E sinais de piora progressiva de outros sintomas relacionados à doença. Como por exemplo, cansaço intenso, falta de apetite e diarreia. Nesse estágio, os pacientes podem apresentar pneumonia sem sinais de gravidade.
A SRAG é uma complicação da Síndrome Gripal (SG)
O desenvolvimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é considerado pelo Ministério da Saúde um caso grave da Covid-19. A SRAG é uma complicação da Síndrome Gripal (SG), que apresenta sintomas como falta de ar ou desconforto respiratório. Além disso, pressão persistente no tórax e saturação de oxigênio menor que 95%. Pois a queda acentuada da saturação pode indicar redução da oferta de oxigênio no organismo.
Na fase mais grave da doença, os casos críticos apresentam sintomas como a sepse (resposta inflamatória que se espalha pelo organismo). Bem como, desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória ou pneumonia graves. Os pacientes podem precisar de suporte respiratório. E, internação em unidades de terapia intensiva (UTIs).
A vacinação contra a Covid-19 induz a formação de uma resposta imunológica específica contra o novo coronavírus. Assim, quando uma pessoa vacinada é exposta ao vírus, o organismo conta com anticorpos neutralizantes. E com a resposta de outras células de defesa, que atuam para reduzir os danos da infecção. Prevenindo, dessa forma, o agravamento e os riscos de morte.
Bronquiolite e pneumonia em crianças
As doenças respiratórias e a queda de temperatura que ocorrem no inverno, favorecem a circulação do vírus sincicial respiratório (VSR). Afinal, ele pode causar infecções nas vias respiratórias. Principalmente em crianças menores de 5 anos. O Ministério da Saúde alerta que a prevenção e o diagnóstico precoce podem ajudar a evitar os casos graves.
O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos. Bem como, em crianças pequenas, que podem causar bronquiolite e pneumonia. O período de sazonalidade do vírus normalmente tem início em maio. E ainda mais, se estende até o mês de setembro, podendo se alongar em algumas regiões.
Pois bem, foram notificados no sistema do Ministério da Saúde cerca de 3.600 casos de SRAG causados pelo vírus sincicial. Entre janeiro e abril de 2022. A maior parte dos casos ocorreu em crianças menores de 4 anos.
Os sintomas mais comuns são febre baixa, dor de garganta e de cabeça e secreção nasal. Os pacientes também podem ter febre alta. Bem como, tosse persistente, dificuldade para respirar e chiado no peito. E ainda mais, lábios e unhas arroxeados, que indicam a necessidade de atendimento médico.
Quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos
Embora o vírus possa afetar pessoas de qualquer idade, os quadros mais graves acontecem em crianças menores de 2 anos. Especialmente, com menos de 6 meses. Em casos de infecção, o diagnóstico é clínico e pode ser feito a partir de exame de painel viral que detecta a presença do vírus.
Medidas assim, podem ajudar a reduzir os riscos de bronquiolite e pneumonia. Assim como evitar o contato ou exposição da criança com outra pessoa contaminada. E ainda mais, reforçar os cuidados básicos de higiene como lavagem frequente das mãos com água e sabão. E além disso, a limpeza dos objetos que podem estar contaminados. Como brinquedos, por exemplo.