Desse modo, ao não estar inserida no mercado de trabalho, há uma perda imediata, mas também um prejuízo mais duradouro.
No primeiro caso, o prejuízo se dá pela falta do salário e o impacto no consumo. Já no horizonte mais longo, a situação é gerada por a cada ano perder mais força e mais chance de crescimento ajustado.
Segundo cálculos da CNC, a cada R$ 1 de aumento na renda média, há impacto médio de R$ 1,6 milhão no PIB, mas isso se difere entre as regiões do país. Mas, nos estados do Sudeste, o efeito é maior, com R$ 5,5 milhões, enquanto no Norte é de R$ 400 mil.
Desigualdades regionais
Tavares relembra que as estruturas regionais já são muito desiguais e para superá-las é necessária uma mudança de nível estruturante, como capacitação e oportunidades.
“Com a geração nem-nem, as desigualdades regionais tendem a se manter e até a piorar ao longo dos anos”, diz.
Outro ponto que interfere é a nova cultura de trabalho presente nas novas gerações. Segundo dados do Grupo Quinto Andar, dois em cada cinco trabalhadores procurariam outro emprego obrigados a trabalhar exclusivamente em formato presencial.
Por isso, o economista-chefe da CNC ressalta que flexibilidade é uma condição importante no atual mercado de trabalho, assim como dresscode mais inclusivo e outras jornadas de trabalho.
Além de “dar espaço para que o jovem consiga colocar sua marca, seu papel, porque é isso que as gerações mais novas estão buscando. Eles querem um propósito, algo mais que um emprego”, aponta Tavares.