Mais de 600 km de ramais rodoviários totalizando investimentos de R$ 350 milhões beneficiando Pantanal do Nabileque
São mais de 600 km de ramais rodoviários integrando o pacote de obras de infraestrutura em execução pelo Governo de Mato Grosso do Sul no Pantanal do Nabileque. Totaliza-se investimentos de R$ 350 milhões. Liga a ponte do Naitaca, MS-382, com a MS-195, sonhada há mais de 40 anos pelos pantaneiros já é uma realidade. E, ainda, 24,47 km de implantação de estrada com revestimento primário, cascalhada. Muda o cenário de uma região isolada.
“Já enfrentamos, portanto, muitas peripécias por aqui, mas agora ganhamos um benefício imensurável do governo”, afirma o fazendeiro Evaldo Gonçalves, 68, arrendatário das fazendas Bugio e Dona Celeste.
“A gente estava, dessa maneira, completamente isolado, quando chovia o acesso era interrompido por atoleiros ou pela cheia, era muito sofrimento. Agora, com a estrada, vamos ter logística. O gado sofre, contudo, menos e até as terras estão valorizadas”, conta o pantaneiro.
Obra fica localizada no Pantanal do Nabileque
A obra fica localizada no Pantanal do Nabileque, entre os municípios de Corumbá, Miranda e Porto Murtinho. Cortando as regiões Sul e Sudoeste, desde Antônio João (fronteira com o Paraguai), a MS-382 cruza a Serra da Bodoquena e chega à ponte do Rio Naitaca.
Do outro lado, na planície, a MS-195 se interliga à esquerda da MS-243 (acesso ao Rio Nabileque) em direção ao Naitaca, mas a estrada finalizava a 30 km da ponte. Um vazio cortado apenas por um acesso precário, aberto pelos moradores.
Obra será antecipada
O novo traçado em execução pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos é um projeto arrojado. Rompe, sobretudo, o isolamento de um dos principais centros de produção pecuária do Pantanal, segundo Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá.
“É uma obra imprescindível. Outros governos prometeram e não fizeram. Vai facilitar, nesse sentido, a retirada do gado e o abastecimento das fazendas em qualquer época do ano”, realça.
A implantação da estrada (10m de largura, dos quais 7m com base de cascalho) segue o cronograma, apesar das chuvas. O traçado foi aberto e limpo, saindo da MS-195 em direção ao Naitaca.
O serviço de aterro, cujo nível oscila entre 1,40m a 4,0 metros, foi concluído em 23 km, dos quais 11 km já estão cascalhados e em condições de tráfego. Também estão, dessa maneira, em fase de conclusão as estruturas de drenagem, linhas de tubos em trechos de vazantes.
Fogo, ventania e chuva
“Estamos trabalhando para antecipar a entrega para início do próximo ano, atendendo ao governador Reinaldo Azambuja”, diz o engenheiro. Ele enumera, dessa forma, as dificuldades para cumprir o projeto.
“O grande problema é, portanto, a logística para entrega dos insumos e movimentação de maquinário pesado. Quando chove, para tudo, não tem acesso. Imagino agora o drama dos pantaneiros para produzir nessa região. É uma obra de grande envergadura e necessária”.
A empreiteira montou uma unidade de britagem na fazenda Bugio, com produção de 400 toneladas/hora, de onde o cascalho é levado a uma distância de 11 km (trecho em obras).
O alojamento foi, portanto, instalado em outra fazenda, a Maringá. Atualmente, foram empregados 40 trabalhadores, os quais já conviveram com grandes incêndios nas margens da nova estrada. E agora enfrentam, dessa maneira, as águas acumuladas pelas chuvas, que trouxeram também o mosquito.