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2023 foi o ano em que preferi me aventurar por minha conta e curtir sem culpa coisas que talvez não façam sentido para a maioria

O que meus games favoritos de 2023 dizem sobre mim?

A graça dos videogames é que tocam cada pessoa de maneira diferente

Quem afirma é a crítica especializada: 2023 foi um dos melhores anos recentes para os games.

Além de muitos títulos com ótimas avaliações, o ano também mostrou que os jogadores investiram bem mais tempo em grandiosas aventuras individuais, como era a praxe nos velhos tempos. Para mim, também foi assim: joguei um total de zero horas online e muitas centenas de horas sozinho. O que não quer dizer que eu tenha jogado o que todo mundo jogou.

Digamos que o fato de eu ter preferido esperar 2024 para entrar em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom explique muito sobre minha atual personalidade de jogador. 2023 foi o ano em que preferi me aventurar por minha conta e curtir sem culpa coisas que talvez não façam sentido para a maioria. E tudo bem. A graça dos videogames é que tocam cada pessoa de maneira diferente.

Assim, já adianto que minha lista de melhores de 2023 não deve ser levada tão a sério, uma vez que os critérios que utilizei não são os mesmos de sites renomados ou dos experientes eleitores do The Game Awards. É uma seleção tão íntima quanto pessoal, ou seja, meus escolhidos são baseados nas fontes da minha cabeça. Ou em tudo no que investi mais tempo, energia e horas de sono neste ano.

Divididos em três categorias (também muito pessoais), estes são meus dez games favoritos de 2023

The Last of Us Parte I

Jogo antigo vale? Nesse caso terá de valer, porque a lista é minha. Este remake foi lançado para PS5 em setembro de 2022, mas só pude experimentá-lo apropriadamente em 2023, inspirado pela série de TV que todo mundo viu e adorou. Mas tudo bem, porque o original saiu em 2013. A verdade é que não existe hora ideal para se dedicar a um game clássico. Joguei duas vezes seguidas e faria de novo (e que venha o remake da Parte II).

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Pikmin 4

Acabei gastando muito mais horas de minha vida em 2023 salvando Pikmins do que eu planejava. Mas fazer o quê se o game é divertido, desafiador e interessante do início ao fim (que nem é o fim mesmo, já que a história continua depois que termina)? Para os metidos a “completistas”, é mais um típico caso de brincadeira impossível de largar. Não que eu já não soubesse, mas comprovei de novo: jamais subestime a Nintendo.

Super Mario Wonder

Quantos games da Nintendo ainda vão aparecer nesta lista? Spoiler: mais do que eu gostaria de admitir. Tentei, mas não consegui resistir à ideia de mergulhar em mais uma aventura em 2D estrelada pelo herói-símbolo do entretenimento digital. Há alguns meses eu me perguntava: por que diabos vou querer jogar com um Super Mario transformado em elefantinho em pleno 2023? Mais uma vez, mordi a língua.

Joguei, mas menos do que gostaria

Marvel’s Spider-Man 2

Para um “urbanoide” como eu, é difícil resistir à ideia de explorar uma metrópole real dentro de um videogame. Os games Spider-Man apostam as fichas nesse realismo imersivo, mas também capricham na jogabilidade agradável e em uma história que consegue ser mais divertida do que a que vimos nos filmes com os mesmos personagens. Se não joguei tanto quanto tive vontade, foi porque a grandiosidade da Nova York virtual me intimidou. Voltarei assim que possível.

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The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

E não é que passei pelo mesmo problema com o novo Zelda? Talvez a simples ideia de retornar ao mundo de Hyrule representasse um grande gatilho, já que desbravar Breath of the Wild em 2017 foi uma experiência que eu não repetiria tão cedo (muitas lembranças de uma fase difícil, talvez?). Mas sei que Link e Zelda são pacientes e ainda estão me aguardando. Se me chamarem de volta, eu vou.

Sea of Stars

Este é outro que merecia mais de minha atenção, mas a vida passou depressa em 2023. Se não dei a esse RPG indie que homenageia os clássicos todo o carinho que merecia, não foi por falta de boa vontade. Investi várias horas que até estimularam minha curiosidade, mas outros compromissos chegaram na frente e me desviaram da rota. Em janeiro, quem sabe?

Final Fantasy XVI

Ok, este é um truque: na verdade não encarei o décimo-sexto título da mais popular série de RPGs de todos os tempos. Mas fiquei inspirado a tentar após entrevistar o produtor Naoki Yoshida durante a BGS. É de se admirar a boa intenção e a coragem de reinventar uma série clássica com tantos fãs exigentes. Ainda não joguei (e nem sei se terei coragem um dia), mas na minha cabeça é como se tivesse.

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Joguei muito mais do que devia

Super Mario RPG

Abrindo a categoria “exageros”, cito mais um remake de game que deixei passar quando saiu originalmente, mais de 25 anos atrás. Foi ótimo perceber que sempre vão existir obras que caem melhor quando estamos maduros para aproveitá-las. Só não esperava que a história principal fosse tão curtinha, então continuo caçando coisas escondidas por ali para a experiência não acabar. E assim se foram 30 horas.

EA Sports FC 24

Os fãs antigos torceram o nariz para muito do que foi oferecido pelo primeiro FIFA sem a chancela da FIFA. Mas eu nem ligo, porque descobri uma maneira de jogar que funcionou para mim. EA Sports FC 24 foi meu “The Sims futebolístico” particular, em que me diverti horrores criando e desenvolvendo um craque com a minha cara e personalidade. Mas notei que estou mais interessado no progresso da carreira e dos investimentos de meu jogador do que em praticar o futebol virtual em si. Significa?

Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp (WayForward/Nintendo)

No topo de minha lista, mais um remake – desta vez, de um jogo obscuro de Game Boy Advance que marcou o início de minha carreira trabalhando com videogames. Por alguma razão que ainda não entendi direito, Advance Wars 1+2 me fisgou de jeito com sua combinação de estratégia de guerra, gráficos fofos de anime e lampejos de xadrez hardcore. Toda noite, eu mentia para mim mesmo: “Só mais uma partidinha e vou dormir”. E assim se passaram dois meses e 300 horas de jogatina. Arrependido? Nem um pouco.

Fonte: terra