Apesar da recente popularidade na internet, especialmente entre os influenciadores de beleza, o mewing não é realmente algo novo

O mewing é uma técnica viral que, recentemente, está dominando espaços como o YouTube e o TikTok. Supostamente, ele serve para mudar a aparência da mandíbula com uma técnica de reconstrução facial.

Em suma, o mewing consiste em manter a língua no céu da boca para mudar o formato da mandíbula e obter uma aparência mais definida. Alguns afirmam que o mewing pode até ajudar com dores na mandíbula, sinusite, e problemas de respiração e ortodônticos.

O que é e para que serve o mewing?

Apesar da recente popularidade na internet, especialmente entre os influenciadores de beleza, o mewing não é realmente algo novo. O termo recebeu o nome do ortodontista britânico John Mew, que popularizou essa técnica na década de 1970 como parte de sua prática ortodôntica heterodoxa mais ampla.

Dr. Mew criou essa técnica por acreditar que, na história recente, as mandíbulas humanas se tornaram fracas devido aos alimentos mais macios em nossas dietas. Por isso, o mewing promete, entre outras coisas, o fortalecimento ósseo da mandíbula.

Entretanto, a prática do mewing não tem nenhum respaldo científico, sendo considerada por especialistas de diversas áreas da saúde como pseudociência. A prática da ortotropia desenvolvida por Mew é vista, na melhor das hipóteses, como controversa. Inclusive, é importante pontuar que o Dr. Mew perdeu sua licença para exercer a profissão no Reino Unido.

Felizmente, segundo fonoaudiólogos e fisioterapeutas, o mewing não é perigoso para a saúde, sendo que a única desvantagem é que ele pode causar desconforto ou tensão facial – quando feito em excesso. Ainda assim, embora os testemunhos no TikTok possam ser convincentes, não existem estudos clínicos que apoiem a prática como tratamento para nenhuma das condições para as quais ele promete ajudar.

O que é mewing?

Basicamente, o mewing foi criado para forçar a mandíbula estimulando seu crescimento, de modo que os dentes fiquem mais retos e melhor alinhados, as proporções faciais se tornem mais esteticamente agradáveis e a respiração pelo nariz se torne mais fácil. Deste modo, ele supostamente altera o formato do rosto e da mandíbula de forma gradual, usando um sistema de aparelhos ortodônticos e, principalmente, exercícios faciais.

Os exercícios básicos do mewing envolvem manter a boca fechada com a língua inteira tocando o céu da boca, os lábios pressionados juntos e os dentes superiores e inferiores encaixados. Segundo o Dr. Mew, os interessados na técnica devem treinar para retornar naturalmente a essa posição, o que pode levar tempo e prática, potencialmente de 14 meses a 2 anos. A essência é que o retorno contínuo a essa postura pode ajudar a endireitar os dentes e melhorar a estrutura facial.

Para que serve mewing?

Apesar das promessas de melhoria no bem-estar relacionado à respiração, o grande apelo do mewing nas redes sociais é a estética. Segundo os praticantes que acreditam e divulgam a técnica, o mewing expande e afina a linha da mandíbula e promove uma relação de tamanho mais “ideal” entre o nariz e o queixo.

Ainda pensando na estética, o mewing supostamente ajuda a alinhar os dentes. Quanto aos resultados na saúde, a prática funcionaria para reduzir a respiração bucal, assim melhorar a apneia do sono e a sinusite, além de tratar distúrbios da fala através da postura da língua, e melhorar a dor na mandíbula.

Mewing: antes e depois

São poucas as evidências objetivas de que o mewing mudará sua aparência. Além disso, como mencionado, não há nenhum estudo confiável sobre os seus efeitos. Ainda assim, as redes sociais foram tomadas por fotos de antes e depois, que supostamente ilustram os resultados da técnica:

Embora essas alegações anedóticas sobre o poder revolucionário do mewing para melhorar a estrutura facial, a prática continua não sendo recomendada pelos profissionais da saúde. Por isso, caso você esteja preocupado com alguma das condições que a técnica promete ajudar, procure um profissional de saúde para uma avaliação.

Fontes: odontocompany,  olhardigital, sorrisologia, tuasaúde