A soja preta tem diferenças que vão além da cor
Você conhece a soja preta? Sabemos que todo mundo conheçe a soja comum na cor bege. Mas em 2019, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou uma cultivar de soja preta. Conhecida, desse modo, pelo nome BRSMG 715A. Sobretudo, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Bem como, com a Fundação Triângulo. Na época, entretanto, o objetivo era oferecer uma alternativa. Para ampliar, sobretudo, a adoção da soja na alimentação humana. Mantendo, dessa forma, o seu potencial produtivo na lavoura.
“São diversas características que diferenciam a soja preta. Contudo, das cultivares comerciais. Além da cor, evidentemente. A primeira delas é o teor mais elevado de proteína. O que a torna ainda mais nutritiva. A segunda é a maior facilidade de cozimento. E, a terceira é o sabor agradável. Isso, de acordo com os testes efetuados. A quarta é a maior proporção de ácidos graxos monoinsaturados. O que lhes confere maior estabilidade oxidativa. E a quinta é ser rica em antocianinas. O que lhe confere a cor preta as quais são antioxidantes naturais.
A soja preta pode substituir o feijão preto na feijoada
Pois bem, o fato de essa cultivar haver sido desenvolvida com coloração preta não foi por acaso. Uma vez que a estratégia subjacente é utiliza-la como sucedâneo parcial. Ou mesmo total do feijão preto na brasileiríssima feijoada”, afirmam Décio Luiz Gazzoni. Ele é pesquisador da Embrapa. Como também, Miguel Alves Pereira Jr, médico em Londrina-PR.
Entretanto são muitos os benefícios. Principalmente, é que o consumo de soja preta (35% da dieta), por 10 semanas, em ratas ovariectomizadas, aumentou a atividade antioxidante. Inibindo, dessa forma, o estresse oxidativo. E melhorando, ainda mais os perfis lipídicos. O que resulta na redução dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares (DCV). “Outro estudo com cobaias apresentou mais resultados. Demonstrando, entretanto, que a administração oral de extrato de soja preta em ratos, a 50 e 100 mg/kg de peso corporal, durante 14 dias, reduziu o risco de DCV. Ao melhorar, pois a circulação sanguínea. Através da inibição da agregação plaquetária. Bem como, da formação de trombos”, completa.
“A função vascular está intimamente relacionada com o risco de DCVs. Um dos fatores de risco, quiçá o mais importante, é o envelhecimento do organismo. Pois causa alterações funcionais. Bem como, estruturais da parede vascular. O aumento da rigidez vascular é a principal consequência. E além do mais, compromete a adaptação vascular às alterações do fluxo sanguíneo. Como também, da pressão arterial”, concluiu.