Breve reflexão sobre o medo de amar por Flávio Gikovate
Uma pessoa romântica e dedicada que se ligar a outra que gosta mesmo é de receber cuidados e atenções estará vivendo uma relação unilateral. O relacionamento do que ama com o que se deixa amar se dá na realidade, mas não tem consistência porque falta o principal: a reciprocidade!
Muitos dos que amam sem ser amados acreditam que, com o tempo, irão reverter a situação: não percebem que têm é medo de um elo mais intenso. O amor em que um ama e outro é amado, ainda que na realidade, é de intensidade menor do que o elo virtual em que o envolvimento é bilateral.
Penso que a principal característica do amor maduro consiste na reciprocidade; quando ambos amam e são amados existe um prazer indescritível. Nos casos de amor correspondido, tanto pela via virtual como na realidade, surge um medo inesperado: de se diluir no outro; e da felicidade!
O medo do amor só não impedirá a realização sentimental nos que estiverem cientes de sua existência e e apostarem que a felicidade não mata!
Texto de Flávio Gikovate foi médico, psiquiatra, escritor – Foto:pexels