Mutirão cirurgias fortalece saúde pública em Campo Grande
Com a proposta de ampliar o acesso ao cuidado especializado e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida de quem convive com uma condição congênita, a Prefeitura de Campo Grande deu início (28), a um mutirão inédito de cirurgias para correção de polidactilia. Essa condição é caracterizada pela presença de dedos extras nas mãos ou nos pés.
Assim, a ação é promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, oferece atendimento direto nas unidades básicas. Dessa forma, representa um avanço no cuidado humanizado e resolutivo prestado pela rede pública de saúde.
Para muitas famílias, o mutirão representa mais do que a realização de um procedimento médico. É a oportunidade de vencer obstáculos assim como retomar a autoestima no convívio social e familiar. “Hoje achava que seria só uma consulta, e saímos com a cirurgia feita. Foi maravilhoso, do começo ao fim. Todos trataram meu filho com muito carinho. Só tenho gratidão”, relata emocionada Kemily da Silva Lopes, mãe de um menino de cinco anos que realizou o procedimento logo no primeiro dia da ação.
Objetivo do mutirão de cirurgias
O mutirão tem como objetivo fazer a reavaliação médica dos pacientes cadastrados no Sisreg para o procedimento, e, quando indicado, realizar a cirurgia diretamente nas unidades de saúde. Nos casos em que o procedimento exige maior complexidade, o paciente é imediatamente encaminhado para continuidade do tratamento na rede hospitalar.
Tulio Tadeu, médico da Fiocruz, explica que a parceria vem fortalecendo a Atenção Primária à Saúde em Campo Grande, possibilitando a realização de procedimentos resolutivos dentro da própria rede de saúde da família. “Os médicos de família e comunidade, dentro dos programas de residência e com qualificação, estão aptos a realizar esse tipo de cirurgia de baixa complexidade nas unidades. Isso otimiza os fluxos, evita deslocamentos desnecessários e garante um atendimento mais humanizado e ágil”.
Mutirão vai beneficiar pacientes da Capital e do interior
A Secretaria Municipal de Saúde identificou 31 pacientes cadastrados no Sisreg para esse procedimento, incluindo moradores da capital e do interior do Estado. Para os pacientes de outros municípios, a equipe realizou um processo de teleconsulta. Esse processo possibilitou a avaliação prévia, evitou deslocamentos e proporcionou mais conforto e segurança.
Segundo a médica e coordenadora de regulação da Sesau, Larissa Missirian, a maior parte dos casos é de crianças, mas também há adultos sendo atendidos. “É a primeira vez que realizamos em Campo Grande, um mutirão específico para polidactilia. Todos os pacientes estão passando por uma avaliação criteriosa. Quando a equipe da Atenção Primária pode realizar a cirurgia, ela faz o procedimento ali mesmo. Nos casos em que há necessidade de uma abordagem mais complexa, o encaminhamento ocorre diretamente para a rede hospitalar. Além disso, esse processo acontece sem burocracia. Também conta com todo o acompanhamento necessário”.
Um marco para a gestão da saúde pública
Para a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo esse mutirão é um marco no compromisso da gestão municipal com uma saúde pública mais humana, ágil e resolutiva. “Estamos aqui oferecendo mais do que cirurgias, ou seja, estamos oferecendo dignidade, cuidado e transformação para quem, muitas vezes, convive desde o nascimento com essa condição. Assim, a parceria com a Fiocruz e o fortalecimento da Atenção Primária mostram que é possível fazer diferente, fazer melhor, e por fim, garantir que o cuidado chegue onde as pessoas estão. Essa é a saúde que Campo Grande acredita e está construindo todos os dias.”
Em resumo, a ação segue até o dia 5 de junho, com atendimentos programados em cinco Unidades de Saúde da Família (USFs) dos municípios Moreninha III, Serradinho, Paulo Coelho, Santa Emília e Coophavilla II.
Por fim, os pacientes que identificarem a necessidade de avaliação podem procurar sua Unidade de Saúde de referência. Nessa unidade, a equipe fará a triagem e a consulta médica. Se o médico indicar, a equipe inserirá o paciente no fluxo para o procedimento.
Fonte: PM CG