Vítima trabalhava na Copa do Mundo 2022 do Catar
Mulher mexicana condenada, no Catar, teve uma decisão favorável na Justiça do país árabe. A sentença era de sete anos de prisão e cem chibatadas por denunciar uma agressão sofrida por ela própria.
Paola Schietekat tinha um emprego dos sonhos organizando a Copa do Mundo do Catar 2022 em Doha. Ela firmou que foi vítima de uma agressão física, só que sua queixa à polícia se voltou contra ela. Depois de uma reviravolta, Paola obteve uma decisão favorável na Justiça local.
Paola Schietekat chegou à capital do Catar, Doha, em fevereiro de 2020 para trabalhar para o governo na organização da Copa do Mundo de 2022.
Depois de um ano e meio morando lá, ela conta que foi vítima de uma agressão física. Mas não se calou. Procurou as autoridades para registrar a queixa. Porém, o caso se voltou contra ela. Paola teve acusação registrada como “sexo extraconjugal”, um crime sob a lei islâmica.
A jovem de 27 anos foi condenada a sete anos de prisão e cem chibatadas. Entretanto, surpreendentemente, foi dada a ela uma alternativa. A mesma poderia se livrar da pena. Mas para isso teria que casar-se com seu agressor.
O caso ganhou grande visibilidade. Porque foi visto como um símbolo da vulnerabilidade de mulheres. Sobretudo, no país que se prepara para sediar o principal evento do futebol mundial.
Outros podem ser vítimas do Catar, alerta Paola Schietekat
“Após esse processo, percebi que, apesar de meus diplomas acadêmicos, bem como da minha preparação profissional. Incluindo minha independência financeira e trabalhar para o governo do Catar, sou vulnerável. Sobretudo com relação às violações de direitos humanos, por instituições arcaicas e abusivas. E também incapaz de encontrar proteção em meu consulado”, denunciou Schietekat, através de um post no Facebook.