A galinha foi levada até a unidade de saúde no dia 1° de março para suprir o sentimento de saudade
Amigas em todas as horas, é assim a relação da menina Tifany Ester, de 10 anos, com a sua galinha de estimação, a Pâmela, a garota, que esteve internada no Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte, por mais de um mês, recebeu durante o período em que ficou hospitalizada a visita do seu “animalzinho”. Sendo assim, a galinha foi levada até a unidade de saúde no dia 1° de março para suprir o sentimento de saudade, e também para ajudar na recuperação da menina. Um reencontro que culminou na alta hospitalar da garota na sexta-feira (15).
“A paciente estava ansiosa, sem interesse e comendo pouquíssimo. Estava triste e nem a brinquedoteca ou o Atendimento Educacional Hospitalar a conquistavam”, contou a professora hospitalar da Unidade da Criança e do Adolescente, Mariotides Gomes Bezerra. Aliás, um comportamento que preocupava a mãe da menina. “Ela saiu do CTI com crises de ansiedade muito fortes e demonstrava rejeição à equipe, ao hospital, ficava transtornada com a cicatriz e reclamava muito de dor. Tudo isso estava atrapalhando a condução do tratamento. Foi quando ela começou a falar de Pâmela, que queria ver a Pamelinha”, contou Ana Cristina Vieira.
Galinha no hospital
A ideia de levar a galinha até o hospital foi da assistente social Marilene Moreira. Durante uma corrida de leito, ela descobriu quem era a Pâmela, a fiel escudeira de Tifany. “Me deparei com a mãe da Tifany, que me informou que a filha tinha um bichinho de estimação e que ela estava sentindo muita saudade dele. Quando soube que era uma galinha, achei inusitado e resolvi conversar com a equipe sobre a possibilidade de promover um encontro entre eles”. Explicou a assistente social.
Desde então, a equipe médica se viu em uma corrida contra o tempo. Portanto, a assistente social e a equipe da Unidade da Criança e do Adolescente iniciaram uma operação para promover o reencontro da paciente com a sua galinha de estimação. O animal deixou a cidade de Capim Branco, a 54 quilômetros de Belo Horizonte, rumo ao Hospital das Clínicas da UFMG. Além disso, a galinha foi levada em uma gaiola, devidamente higienizada. Recebida pela menina, que estava paramentada com capote, touca, máscaras e luvas.
“Quando eu encontrei a Pâmela, senti um alívio. Ela é como uma amiga. Minha melhor amiga”, disse a Tifany durante o encontro realizado no dia 1° de março. Assim, a garota ficou cerca de três horas com a sua galinha. Assim, o reencontro foi em uma sala no 6º andar da unidade de saúde.
A internação de Tifany
Tifany passou por uma cirurgia de alta complexidade para reconstrução da bexiga no início de fevereiro, já que nasceu com uma malformação congênita. Entretanto, ela ficou no hospital por mais de um mês. Na unidade de saúde foram 12 horas de cirurgia para reconstrução da bexiga, internação prolongada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), medicações, exames e muitas restrições.
“O trabalho de humanização das equipes da Pediatria envolve o apoio constante no restabelecimento da saúde das crianças, adolescentes e suas famílias. Além de amenizar a dureza durante o enfrentamento das internações. Significa cuidar de cada um conforme suas necessidades individuais para uma recuperação mais rápida da saúde e reflete também nos aprendizados que os processos de humanização promovem em todos os envolvidos”. Enfatizou a professora hospitalar da Unidade da Criança e do Adolescente, Mariotides Gomes Bezerra, uma das responsáveis por levar a galinha para o hospital.
Alta hospitalar
Na sexta-feira (15 de março), a menina deixou o Hospital das Clínicas da UFMG. Aliás, durante a saída da unidade de saúde, ela não conteve a expectativa de poder reencontrar com sua amiga Pâmela. “Todos os dias, quando eu acordo, a primeira coisa que eu faço é ir até o quintal dar comida e um grande abraço na minha Pâmela”, completou.
Fonte: otempo