O líder católico fala sobre a “obsessão” do “mito da eterna juventude”
Segundo o papa Francisco, hoje “se usa tantos truques, tantas intervenções cirúrgicas para parecer mais jovens”. O líder católico ainda focou sua fala sobre a “obsessão” do “mito da eterna juventude”. Ele disse que muitos fazem confusão entre o que é bem-estar e o que é a “alimentação do mito”. Essa considerações foram ditas durante audiência geral desta quarta (8).
Além disso, o papa criticou quem despreza a velhice como parte natural da vida. “A nossa época e a nossa cultura mostram uma preocupante tendência a considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção ou reprodução biológica do ser humano. Desse modo, cultivam o mito da eterna juventude como uma obsessão desesperada de uma carne incorruptível. Isso, porque a velhice é, de muitas maneiras, desprezada”, afirmou aos presentes.
“A técnica se deixa atrair para esse mito de todas as formas. Sobretudo, na expectativa de derrotar a morte. Afinal, podemos manter o corpo vivo com remédios e cosméticos. Esses recursos atrasam, escondem e removem a velhice. Naturalmente, uma coisa é o bem-estar. Outra coisa é a alimentação do mito. Não se pode negar, porém, que a confusão entre os dois aspectos está criando uma confusão mental: confundir o bem-estar com a alimentação do mito da eterna juventude”, pontuou ainda.
A fala é recorrente nos discursos do papa Francisco: a “cultura do descarte”
Segundo o líder católico, hoje “se usa tantos truques. Bem como, tantas intervenções cirúrgicas para parecer mais jovens”. Ele ainda lembrou de uma fala da atriz italiana Anna Magnani que, sempre que era questionada sobre “retirar suas rugas”, respondia que “elas demoraram muitos anos para estarem aí”.
“É isso, as rugas são um símbolo da experiência. Um símbolo da vida, um símbolo de maturidade, um símbolo de ter feito um caminho. Não tocá-las para se tornar jovem, mas jovens apenas de rosto: o que interessa é toda a personalidade. O que interessa é o coração. E o coração permanece com a juventude de um vinho bom, que quanto mais envelhece, melhor fica”, acrescentou.
A fala voltou a bater em um ponto muito repetido por Francisco em seus discursos, que é a “cultura do descarte”, que visa abandonar as minorias e os mais frágeis da sociedade. Dizendo, contudo, que os “mais velhos são inúteis”. Ressaltando que os idosos criam uma “estrada” para todos, o Pontífice pontuou ainda que “os velhos são mensageiros do futuro, da tenacidade, da sabedoria de uma vida vivida”. “Sigamos adiante e olhemos para os mais velhos”, finalizou.