O início da estação é chamado de solstício de inverno dia do ano com menos horas de luz do que qualquer outro no ano
O inverno começa oficialmente nesta terça-feira (21) às 06h14 (horário de Brasília) para a maior parte do Brasil, com exceção de partes do Amazonas, Pará e quase a totalidade de Roraima e Amapá, que ficam no Hemisfério Norte.
O início da estação é chamado de solstício de inverno – dia do ano com menos horas de luz do que qualquer outro no ano. Geralmente, ele ocorre em 22 de junho, mas pode ocorrer entre 21 e 23. Neste ano,o inverno no Brasil começa às 06h13 desta terça (21).
De acordo com o Inmet, por causa das massas de ar frio que vêm do sul do continente, pode haver:
- queda da temperatura média do ar, com valores abaixo de 22ºC no leste do Sul e Sudeste;
- formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul;
- neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul;
- episódios de friagem em Mato Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.
No período da manhã, pode haver, também, formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com redução de visibilidade, especialmente em estradas e aeroportos.
Com a redução das chuvas em grande parte do país nesta época, ocorre a diminuição da umidade relativa do ar, que favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais e de doenças respiratórias.
Previsões do inverno por região do Brasil
Sul
No Sul, a previsão é de chuvas abaixo da média em grande parte da região, segundo o Inmet, por causa do fenômeno La Niña.
No oeste dos três estados e no extremo sul do Rio Grande do Sul, entretanto, as chuvas devem ficar na média ou ligeiramente acima dela, segundo a previsão.
Já as temperaturas devem ficar próximas e abaixo da média para grande parte da região –principalmente em julho e agosto – por causa da entrada de massas de ar polar no continente. Pode haver geada em alguns lugares, principalmente nos de maior altitude.
A única exceção à tendência é o norte do Paraná, onde as temperaturas podem ficar acima da média.
“Os três estados da região serão as áreas mais frias do país durante essa época do ano, com possibilidade de neve durante o mês de julho nas serras Gaúcha, Catarinense e no planalto de Santa Catarina”, pontua Cesar.
Sudeste
As chuvas devem ficar próximas ou ligeiramente abaixo da média no Sudeste. Não está descartada, entretanto, a ocorrência de chuvas próximas ao litoral da região, por causa da passagem de frentes frias.
Já as temperaturas devem ficar acima da média em grande parte da região, mas também não se descarta a possibilidade de queda na temperatura média do ar devido à entrada de massas de ar frio. Pode haver formação de geada em locais mais altos.
De acordo com o especialista da Climatempo, não são esperadas para a região massas de ar tão intensas e duradouras, como a do último mês de maio.
“Mas a gente vai sentir frio, principalmente em julho. Já em agosto, São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo vão ter condições de elevação gradativa da temperatura e até mesmo algumas ondas de calor durante esse período. Mas de maneira geral, o inverno vai ser bem seco”, acrescenta.
Centro-Oeste
O período seco já começou no Centro-Oeste – e a tendência é de diminuição da umidade relativa do ar nos próximos meses, segundo o Inmet. Os índices podem ficar abaixo de 30%, com mínimas abaixo de 20%.
“Por conta da secura do ar, a gente pode ter ao longo do mês de agosto e setembro um aumento gradativo das queimadas na região. É essa época do ano que dispara as queimadas, principalmente no Pantanal e em áreas de Mato Grosso, no geral”, destaca Cesar.
A previsão é de chuvas dentro ou abaixo da média para a estação, exceto em áreas pontuais no sudoeste de Mato Grosso do Sul e noroeste de Mato Grosso, onde pode haver chuva ligeiramente acima da média.
Já as temperaturas deverão ficar acima da média, por causa da permanência de massas de ar seco e quente, principalmente em agosto e setembro – favorecendo a ocorrência de queimadas e incêndios florestais.
As únicas exceções são alguns lugares no leste de Mato Grosso do Sul e sul de Mato Grosso – onde as temperaturas podem ficar um pouco abaixo da média, por causa da passagem de algumas massas de ar frio continentais.
Nordeste
A previsão do Inmet indica chuvas acima da média para toda a faixa próxima ao litoral nordestino. Por causa do fenômeno La Niña e também do padrão de águas mais aquecidas próximo à costa.
As únicas exceções são o oeste da Bahia e o sul do Piauí e do Maranhão, onde as chuvas poderão ficar próximas da média. Diferentemente do litoral nordestino, essas regiões passam agora por seu período menos chuvoso.
“Essa primeira semana do inverno já vai ser marcada por muita chuva no Nordeste. E essa condição deve se estender pelo menos durante o início da estação. E já pelo mês de agosto teremos o enfraquecimento gradativo das instabilidades, mas ainda assim teremos previsão de bastante chuva. Por outro lado, o interior nordestino vai ficar bem seco”, diz o meteorologista da Climatempo, Cesar Soares.
No entanto, já as temperaturas devem ficar próximas e acima da média em grande parte da região.
Como fica o inverno no Norte do Brasil
A previsão é de chuvas acima da média para o Norte, principalmente na faixa norte da região.
“As bacias da região do rio Negro e do rio Amazonas devem ter elevações ao longo dos próximos meses. Mas que não devem atingir marcas históricas ao longo dos próximos meses, segundo estudos do Serviço Geológico do Brasil”, salienta Cesar.
Para o Norte, a previsão do Inmet indica maior probabilidade que as chuvas ocorram acima da média climatológica, principalmente sobre a faixa norte da região. As exceções são áreas do sul do Pará e do Tocantins, onde existe uma tendência de chuvas na média ou abaixo dela.
Já a temperatura deverá ficar acima da média em grande parte da região, mas não está descartada a possibilidade de friagens, por causa da passagem de massas de ar frio continentais.
A falta de chuvas no sul da Amazônia – comuns entre julho e setembro –, as temperaturas altas e a baixa umidade relativa do ar favorecem a ocorrência de queimadas e incêndios florestais.
Fonte: g1.globo