“Esse é um anúncio superimportante, mostra confiança no Brasil”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin. “E é um setor que representa bem a Nova Indústria Brasil”
A indústria de papel e celulose anunciou (21) investimentos de R$ 105 bilhões até 2028, com abertura de novas fábricas, ampliação de plantas já existentes e obras de infraestrutura logística para escoamento da produção. Entre outras ações.
Contudo, o anúncio foi feito pelo presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto.
Palavras do vice-presidente Geraldo Alckmin
“Esse é um anúncio superimportante, mostra confiança no Brasil”, afirmou Alckmin. “E é um setor que representa bem a Nova Indústria Brasil. É uma indústria inovadora, tem recursos de TR para inovação; indústria verde, tem acesso ao Fundo Clima, do BNDES; indústria competitiva, teremos LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento) e depreciação acelerada para estimular a indústria; e fortemente exportadora. É fundamental para o saldo da balança comercial brasileira”, disse o vice-presidente.
Alckmin relembra que Brasil é o pais que mais produz e exporta celulose no mundo
Alckmin lembrou que o Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de celulose do mundo.
Contudo, segundo as empresas, os projetos devem empregar 36 mil trabalhadores durante as obras. E gerar outros 7,3 mil empregos diretos e indiretos quando as unidades entrarem em operação.
No entanto, os maiores projetos – alguns já em execução – envolvem as empresas Arauco (R$ 25 bi), Suzano (R$ 22,2 bi), CMPC (R$ 25 bi), Bracell (R$ 5 bi) e Klabin (R$ 1,6 bi).
Por fim, de acordo com Paulo Hartung, os investimentos da indústria de papel serão alocados em novas fábricas no país. “São investimentos feitos em regiões, via de regra, com baixíssimo dinamismo econômico. E as florestas cultivadas estão sendo implementadas, nos últimos anos, basicamente substituindo pastagem improdutiva”, informou. De acordo com ele, os projetos seguem programa do Ministério da Agricultura em relação à conversão de áreas de baixa produtividade de pastagens.
Competitividade
A princípio, com quase 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas (eucalipto, pinus e outras espécies), a indústria de papel e celulose gerou US$ 10,3 bilhões de divisas para o país em 2023. Ou cerca de 3% de tudo o que o Brasil exportou no ano passado. O saldo comercial (exportações menos importações) foi de US$ 9,2 bi.
De acordo com o último relatório anual da IBÁ, o setor como um todo gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022.
Contudo, a indústria brasileira nessa área também se destaca pela sustentabilidade. Com 90% de toda a energia consumida nos processos produtivos sendo gerada a partir de fontes renováveis.
Principais projetos em investimentos da indústria de papel, boa parte em Mato Grosso do Sul
Arauco – Inocência (MS): Projeto Sucuriú, R$ 25 bilhões
A empresa chilena Arauco pretende inaugurar sua primeira fábrica de celulose no Brasil em 2028. Com capacidade inicial de produção de 2,5 milhões de toneladas por ano, podendo dobrar até 2032. Serão gerados 12 mil novos empregos no pico da obra, e 2,3 mil empregos diretos e indiretos na operação. No entanto, o projeto também prevê a geração de 400 Mw de energia limpa, garantindo autossuficiência energética.
Suzano – Ribas do Rio Pardo (MS): Projeto Cerrado, R$ 22,2 bilhões
Contudo, nesse projeto, a Suzano está investindo R$ 15,9 bilhões na construção da fábrica e R$ 6,3 bi em iniciativas como formação da base de plantio e estrutura logística para escoamento da celulose.
Fabrica terá capacidade inicial para toneladas de celulose
A fábrica terá capacidade inicial de 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto, sendo a maior linha única de produção de celulose do mundo. As operações foram iniciadas em julho deste ano, com geração de 3 mil empregos diretos e indiretos. Além de outros 10 mil nas obras de construção. A unidade usa tecnologia de gaseificação da biomassa nos fornos de cal, e, com isso, o uso de combustíveis fósseis ficará restrito aos momentos de partida e retomada de produção.
CMPC – Barra do Ribeiro (RS): Projeto Natureza CMPC, R$ 25,0 bilhões
Multinacional chilena vai investir na instalação de planta industrial para produzir celulose
No entanto, a multinacional chilena CMPC investirá R$ 25 bilhões na instalação de uma nova planta industrial de produção de celulose e de um terminal portuário. A unidade terá capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. Contudo, utilizada para a fabricação de diferentes tipos de papéis, embalagens e produtos higiênicos, além de estar presente em itens como alimentos, medicamentos e cosméticos.
Contudo, expectativa é gerar aproximadamente 12 mil empregos durante as obras e mais 1,5 mil vagas no início das operações.
Controlada pela Royal Golden Eagle (RGE) da Ásia, a Bracell está investindo R$ 5 bilhões em uma fábrica de papéis para fins sanitários (papel tissue) ao lado de sua planta de celulose em Lençóis Paulista. Por fim, o investimento prevê 2 mil postos de trabalho na fase de construção do projeto e 550 quando iniciar a operação.
Klabin – Piracicaba (São Paulo) (R$ 1,6 bilhão)
Contudo, maior produtora de papéis para embalagem e papelão ondulado do país, a Klabin está concluindo um investimento de R$ 1,6 bilhão no Projeto Figueira, em Piracicaba (SP).
Eldorado Brasil – Três Lagoas (MS), R$ 25 bilhões
Por fim, a Eldorado Brasil tem planos para investir R$ 25 bilhões na construção da segunda linha de produção em Três Lagoas (MS), contudo, de um ramal ferroviário escoar sua produção.
Fontes: suzano, bracell, agência gov, arauco
